Acho que todo escritor (ainda que amador como eu) precisa de um pouco de tristeza.
Precisa de um dia nublado e frio
Um cigarro e um café que esfria enquanto a gente deixa a alma nua
Afinal, é isso que um escritor faz, não é?
Despe a alma em versos e letras
Cada corpo que cai leva um pedaço do meu
E eu vou te explicar o motivo.
Dói.
Se você consegue ver pessoas se matando
Passando frio
Fome
Morrendo
E continuar seu café na mesa de trabalho
Chegar em casa e brincar com o cachorro
Comer seu jantar
Beijar sua família e dormir
Eu te admiro, e ouso dizer que invejo.
Eu te invejo.
Cada corpo que cai me leva um pedaço de pele, de unha, de mim mesma
E a gente vai caindo no absoluto vazio da impotência
Eu não posso fazer nada, talvez ninguém possa.
Mas pra você não importa
Você vai chegar na sua casa
Brincar com seu cachorro
Comer seu jantar
Beijar sua família e dormir
Igual a todos os dias
Como se nunca tivesse lido esse texto
Ou a noticia
Ou o expressão de sofrimento de quem pede um prato de comida
E eu te invejo mais uma vez, por não se importar.
Quizá vai comentar com alguém que "aquela menina doidinha escreveu um texto esquisito dando lição de moral de novo e logo depois postou uma foto bonita"
E vocês vão rir
E não vão me levar a sério, afinal, quem levaria?
Vão dar uma garfada no arroz com feijão ou uma mordida no hambúrguer e vida que segue.
Ou então vai falar no almoço de Páscoa da ameaça de bomba, da guerra na Síria, da crise no país enquanto desfruta de uma casa quente e chocolate
Eu não te julgo, eu te invejo por desfrutar de todos esses prazeres sem culpa.
Cada corpo que cai leva um pedaço do meu, mas deve ser mal de escritor - Mesmo amadores como eu.
Deve ser mal de amadores.
Penseira Avulsa
E é quando meu peito dói e aperta, quando não há espaço para mais nada além de sentir que tenho duas opções: Ou transbordo em letras, ou em lágrimas.
abril 12, 2017
dezembro 19, 2016
Ele
Ele vive descabelado
E essa é uma das coisas que eu mais gosto nele
Na verdade eu não sei dizer o que mais gosto
Gosto de tudo
Gosto do pelo da barba que nasce no furo do piercing de um jeito engraçado
Gosto das mãos trêmulas e do jeito mal-humorado
Gosto dos olhos e de como me olham
Esse pensamento ia me pegando enquanto ele se movia de um lado pro outro atrás de mim,
Estava colecionando as nossas memórias para coloca-las dentro de uma caixinha, assim el deixaria um pedaço de mim com ele quando eu não estivesse lá.
Ele estava sem camisa e com uma bermuda que eu adoro
O pano de prato pendurado no ombro e ele disse " Olha só, papai noel passou mais cedo!"
Mal sabe ele que toda oportunidade que eu tenho dou uma espiadinha nele.
Não posso evitar.
Demorei um pouco pra entender o que ele tinha dito e então sorri
Esperando desesperadamente que o Natal chegasse e eu pudesse ver meu presente
Ele um pouco impaciente perguntou se eu não ia abrir
"Mas já pode?"
[...]
Eu conheço o humor dele muito bem
Ele acha que não, mas eu conheço.
Vi a cara que ele fez quando viu a última peripécia
" Você está linda"
Dessa vez eu acreditei, nem que ele quisesse ia conseguir fingir aquela cara.
Eu gosto do jeito tímido dele de dizer as coisas.
Não consigo parar de amá-lo um instante.
Coisa besta essa de amor, como se eu precisasse lembrá-lo disso.
Eu sei que não preciso, mas às vezes eu transbordo em palavras.
[...]
Eu não sabia exatamente o que eu tinha feito.
Esses momentos tomados por emoção costumam me deixar confusa
Ele estava inalcançável
Uma ponte foi construída e destruída até que eu conseguisse chegar até ele.
E ele continuava lindo, mas frio.
Eu não sabia mais o que dizer, eu não tinha mais argumento.
Brigamos e eu com olhos salgados e já sem rumo de raciocínio pedi pra que ele olhasse pra mim
"Eu amo você"
" Mas isso é evidente"
" Não importa, eu estou confirmando"
De repente os olhos dele se aqueceram de volta, e era possível alcançá-lo
Mesmo dormindo na mesma cama, nunca estivemos tão perto.
Ele me amava também.
[...]
Ele fica sem jeito de me dizer não e eu detesto isso
Não quero ele infeliz
Por nada no mundo
Acho que amor é isso
Ele é tão incrível que às vezes me falta como dizer, e tudo que eu faço parece tão insuficiente
Como mostrar e pelo menos corresponder a tudo que ele me deu?
Ele não faz ideia, mas além de amor ele me deu algo muito maior
Esperança.
Ele não sabe, mas de todos os presentes
Ele é o que eu agradeço todos os dias.
E essa é uma das coisas que eu mais gosto nele
Na verdade eu não sei dizer o que mais gosto
Gosto de tudo
Gosto do pelo da barba que nasce no furo do piercing de um jeito engraçado
Gosto das mãos trêmulas e do jeito mal-humorado
Gosto dos olhos e de como me olham
Esse pensamento ia me pegando enquanto ele se movia de um lado pro outro atrás de mim,
Estava colecionando as nossas memórias para coloca-las dentro de uma caixinha, assim el deixaria um pedaço de mim com ele quando eu não estivesse lá.
Ele estava sem camisa e com uma bermuda que eu adoro
O pano de prato pendurado no ombro e ele disse " Olha só, papai noel passou mais cedo!"
Mal sabe ele que toda oportunidade que eu tenho dou uma espiadinha nele.
Não posso evitar.
Demorei um pouco pra entender o que ele tinha dito e então sorri
Esperando desesperadamente que o Natal chegasse e eu pudesse ver meu presente
Ele um pouco impaciente perguntou se eu não ia abrir
"Mas já pode?"
[...]
Eu conheço o humor dele muito bem
Ele acha que não, mas eu conheço.
Vi a cara que ele fez quando viu a última peripécia
" Você está linda"
Dessa vez eu acreditei, nem que ele quisesse ia conseguir fingir aquela cara.
Eu gosto do jeito tímido dele de dizer as coisas.
Não consigo parar de amá-lo um instante.
Coisa besta essa de amor, como se eu precisasse lembrá-lo disso.
Eu sei que não preciso, mas às vezes eu transbordo em palavras.
[...]
Eu não sabia exatamente o que eu tinha feito.
Esses momentos tomados por emoção costumam me deixar confusa
Ele estava inalcançável
Uma ponte foi construída e destruída até que eu conseguisse chegar até ele.
E ele continuava lindo, mas frio.
Eu não sabia mais o que dizer, eu não tinha mais argumento.
Brigamos e eu com olhos salgados e já sem rumo de raciocínio pedi pra que ele olhasse pra mim
"Eu amo você"
" Mas isso é evidente"
" Não importa, eu estou confirmando"
De repente os olhos dele se aqueceram de volta, e era possível alcançá-lo
Mesmo dormindo na mesma cama, nunca estivemos tão perto.
Ele me amava também.
[...]
Ele fica sem jeito de me dizer não e eu detesto isso
Não quero ele infeliz
Por nada no mundo
Acho que amor é isso
Ele é tão incrível que às vezes me falta como dizer, e tudo que eu faço parece tão insuficiente
Como mostrar e pelo menos corresponder a tudo que ele me deu?
Ele não faz ideia, mas além de amor ele me deu algo muito maior
Esperança.
Ele não sabe, mas de todos os presentes
Ele é o que eu agradeço todos os dias.
Ela
Ela estava sentada com seu vestido de "fazer miçanga"
As pernas longas em cima da cadeira da mesa de jantar
Eu detesto a mesa de jantar
Mas gosto um pouco mais quando ela está ali
Ela cortava papéis e cantarolava músicas esquisitas enquanto eu todo desajeitado embrulhava o presente dela que chegou no dia anterior
"Olha só, papai Noel passou mais cedo!"
Ela olhou por cima do ombro ainda se desfazendo da concentração da sua tarefa anterior e sua expressão demorou alguns segundos pra se desfazer.
Com o cenho levemente franzido ela começou um sorriso que terminou com um rosto de criança em manhã de Natal.
Tem sido Natal muitos dias aqui em casa.
Ela fez um barulhinho engraçado e voltou a fazer o que estava fazendo.
Eu fiquei na escada esperando que ela viesse abrir seu presente, ela não veio.
Esperei mais um tanto até que disse "Você não vai abrir?"
E ela: " Mas já pode?"
Mal sabia ela que eu também não conseguia controlar minha ansiedade para assistir sua reação ao abrir o pacote.
[...]
Perdi as contas de quantas vezes ela mudou a cor do cabelo.
Acho que desde que estamos juntos foram 4 ou 5.
Ela estava com a minha camiseta do Ramones e dizia indignada " Você jura que não consegue ver o roxo?"
Não consigo, mas não faz diferença.
Ela é muito bonita, uma pena que ela não partilhe da mesma opinião.
Ela repete incessantemente que me ama faz uns dias, é um pouco irritante.
Talvez seja amor acumulado, talvez ela queira ouvir que também a amo.
Talvez um pouco dos dois, ou nenhum deles.
Como se já não estivesse claro, mais do que eu gostaria de admitir.
Ela não é fácil.
Ela é teimosa, às vezes reclamona, e dependendo do humor ela fica um saco.
Acho que faz parte, nem tudo são flores, ela não poderia ser diferente.
[...]
Ela estava em cima de mim, com aquele par de olhos negros mareados de água salgada.
Brigamos.
Não sei ao certo como, mas brigamos.
Ela segurou em meu rosto com as duas mãos e me pediu "Olha pra mim"
Eu estava olhando, mas talvez não estivesse olhando de verdade, sabe?
Quando a gente busca um ponto fixo perto da pessoa para não ter que encara-la?
Talvez eu me afogasse debaixo daquela maré.
A expressão dela era séria e doce ao mesmo tempo, eu a encarei.
"Eu amo você"
Foi a primeira vez que ela me disse essa frase sem nenhum acompanhamento.
Era o prato principal servido solo, como se o chef acreditasse muito no seu potencial.
Acabou ali.
Eu não tinha mais argumento.
Eu a amava também, mais do que gostaria de admitir.
As pernas longas em cima da cadeira da mesa de jantar
Eu detesto a mesa de jantar
Mas gosto um pouco mais quando ela está ali
Ela cortava papéis e cantarolava músicas esquisitas enquanto eu todo desajeitado embrulhava o presente dela que chegou no dia anterior
"Olha só, papai Noel passou mais cedo!"
Ela olhou por cima do ombro ainda se desfazendo da concentração da sua tarefa anterior e sua expressão demorou alguns segundos pra se desfazer.
Com o cenho levemente franzido ela começou um sorriso que terminou com um rosto de criança em manhã de Natal.
Tem sido Natal muitos dias aqui em casa.
Ela fez um barulhinho engraçado e voltou a fazer o que estava fazendo.
Eu fiquei na escada esperando que ela viesse abrir seu presente, ela não veio.
Esperei mais um tanto até que disse "Você não vai abrir?"
E ela: " Mas já pode?"
Mal sabia ela que eu também não conseguia controlar minha ansiedade para assistir sua reação ao abrir o pacote.
[...]
Perdi as contas de quantas vezes ela mudou a cor do cabelo.
Acho que desde que estamos juntos foram 4 ou 5.
Ela estava com a minha camiseta do Ramones e dizia indignada " Você jura que não consegue ver o roxo?"
Não consigo, mas não faz diferença.
Ela é muito bonita, uma pena que ela não partilhe da mesma opinião.
Ela repete incessantemente que me ama faz uns dias, é um pouco irritante.
Talvez seja amor acumulado, talvez ela queira ouvir que também a amo.
Talvez um pouco dos dois, ou nenhum deles.
Como se já não estivesse claro, mais do que eu gostaria de admitir.
Ela não é fácil.
Ela é teimosa, às vezes reclamona, e dependendo do humor ela fica um saco.
Acho que faz parte, nem tudo são flores, ela não poderia ser diferente.
[...]
Ela estava em cima de mim, com aquele par de olhos negros mareados de água salgada.
Brigamos.
Não sei ao certo como, mas brigamos.
Ela segurou em meu rosto com as duas mãos e me pediu "Olha pra mim"
Eu estava olhando, mas talvez não estivesse olhando de verdade, sabe?
Quando a gente busca um ponto fixo perto da pessoa para não ter que encara-la?
Talvez eu me afogasse debaixo daquela maré.
A expressão dela era séria e doce ao mesmo tempo, eu a encarei.
"Eu amo você"
Foi a primeira vez que ela me disse essa frase sem nenhum acompanhamento.
Era o prato principal servido solo, como se o chef acreditasse muito no seu potencial.
Acabou ali.
Eu não tinha mais argumento.
Eu a amava também, mais do que gostaria de admitir.
dezembro 14, 2016
Natal
Eu escolhi
Uma por uma com muito carinho
Bolinhas brilhantes e luzinhas
Escolhi o tamanho da árvore
Que feita de plástico
Nunca foi tão verdadeira
Escolhi a estrela da ponta
Escolhi pensando em nós
Eu e você
Escolhi a cerveja
E lembrei do queijo na geladeira
Abrimos as folhagens de plástico
Sentamos no chão
E enfeitamos os galhos um a um
É Natal no meu coração.
Uma por uma com muito carinho
Bolinhas brilhantes e luzinhas
Escolhi o tamanho da árvore
Que feita de plástico
Nunca foi tão verdadeira
Escolhi a estrela da ponta
Escolhi pensando em nós
Eu e você
Escolhi a cerveja
E lembrei do queijo na geladeira
Abrimos as folhagens de plástico
Sentamos no chão
E enfeitamos os galhos um a um
É Natal no meu coração.
setembro 13, 2016
Pertencimento, encontrar-se e um pouco mais.
Tive o prazer de viver e conhecer coisas lindas esse ano
Outras nem tanto
Que fizeram tanta parte de quem eu sou, que hoje vejo até certa beleza nisso
Mas o mais importante é que aprendi a olhar com maior profundidade para o próximo
Nossa batalha diária não é tão única quando a gente deixa de olhar pra si e repara um pouco mais no mundo à nossa volta
Eu não sou o centro do universo
E nem você
E ta tudo bem!
Nossas rotas podem se encontrar vez ou outra
Encontrar identificação no outro e empatia, tão raro e tão preciso e precioso
Estamos carentes
Carentes de sermos humanos
De sermos nós mesmos
Conheci pessoas tão incríveis e singulares
Cada uma com seu pequeno universo particular, tão bonito e profundo
Com as quais eu pude ser eu, de todas as formas e falhas que isso possa vir a ser
Todas tão especiais, tão bonitas que eu nem sei
O mundo tá cheio delas, acho que a gente não olha direito
A gente não se permite muito ser tocado
Quem dirá tocar o outro
É mais fácil olhar a imagem
E partir do principio dela
Julgar um livro pela capa
Quantas e quantas vezes a gente não fez isso ?
Quantas vezes não olhamos para o outro cheios de preconceitos e limites
Quantas vezes não fizemos isso com nós mesmos?
Que mania tola essa nossa de querer nos encaixar em algo que não nos pertence!
Por que aparar todas as nossas arestas e nos colocar em um cubo perfeito,
Quando o que nos difere e nos deixa tão bonitos é o que a gente tem de diferente?
Tempo é relativo, e encontrar lugares e pessoas onde a gente sente que pertence é tão mágico quanto cada uma dessas pessoas que conheci
E não importa se elas vão embora amanhã, ou se ela ficarão para sempre
Importa o quanto elas já me deram e o quanto eu gostaria de poder retribuir
Importa o amor que a gente sente, às vezes em um pequeno momento
E outras vezes em todos, repetidamente, incessantemente e incansavelmente
Tantas pessoas admiráveis
E esse é o primeiro passo para o amor: admiração.
Obrigada por me pertencerem um pouquinho, e me deixar pertencer à vocês.
Me encontrar em vocês, é também me encontrar em mim.
Outras nem tanto
Que fizeram tanta parte de quem eu sou, que hoje vejo até certa beleza nisso
Mas o mais importante é que aprendi a olhar com maior profundidade para o próximo
Nossa batalha diária não é tão única quando a gente deixa de olhar pra si e repara um pouco mais no mundo à nossa volta
Eu não sou o centro do universo
E nem você
E ta tudo bem!
Nossas rotas podem se encontrar vez ou outra
Encontrar identificação no outro e empatia, tão raro e tão preciso e precioso
Estamos carentes
Carentes de sermos humanos
De sermos nós mesmos
Conheci pessoas tão incríveis e singulares
Cada uma com seu pequeno universo particular, tão bonito e profundo
Com as quais eu pude ser eu, de todas as formas e falhas que isso possa vir a ser
Todas tão especiais, tão bonitas que eu nem sei
O mundo tá cheio delas, acho que a gente não olha direito
A gente não se permite muito ser tocado
Quem dirá tocar o outro
É mais fácil olhar a imagem
E partir do principio dela
Julgar um livro pela capa
Quantas e quantas vezes a gente não fez isso ?
Quantas vezes não olhamos para o outro cheios de preconceitos e limites
Quantas vezes não fizemos isso com nós mesmos?
Que mania tola essa nossa de querer nos encaixar em algo que não nos pertence!
Por que aparar todas as nossas arestas e nos colocar em um cubo perfeito,
Quando o que nos difere e nos deixa tão bonitos é o que a gente tem de diferente?
Tempo é relativo, e encontrar lugares e pessoas onde a gente sente que pertence é tão mágico quanto cada uma dessas pessoas que conheci
E não importa se elas vão embora amanhã, ou se ela ficarão para sempre
Importa o quanto elas já me deram e o quanto eu gostaria de poder retribuir
Importa o amor que a gente sente, às vezes em um pequeno momento
E outras vezes em todos, repetidamente, incessantemente e incansavelmente
Tantas pessoas admiráveis
E esse é o primeiro passo para o amor: admiração.
Obrigada por me pertencerem um pouquinho, e me deixar pertencer à vocês.
Me encontrar em vocês, é também me encontrar em mim.
setembro 08, 2016
O ATO DEPOIS DO ÚLTIMO: Sobre ver, enxergar e se deixar ser visto
É difícil de deixar ser visto
Entenda
Todos temos segredos que gostamos de manter assim
Sob sete chaves
Em um calabouço escuro
No átrio de nosso coração
Deixar ser visto, mesmo que sem querer
Nos torna vulneráveis
e vulnerabilidade da raiva
Vulnerabilidade é o primeiro passo para machucar-se
Pois baixam-se todas as armas
E abre-se o peito
Pronto para ser flechado
E após flechado o peito se fecha em um grande processo de cura
Mas a cicatriz permanece
E sangra
Embora um raio não caia duas vezes no mesmo lugar
A flecha cai.
Entenda
Todos temos segredos que gostamos de manter assim
Sob sete chaves
Em um calabouço escuro
No átrio de nosso coração
Deixar ser visto, mesmo que sem querer
Nos torna vulneráveis
e vulnerabilidade da raiva
Vulnerabilidade é o primeiro passo para machucar-se
Pois baixam-se todas as armas
E abre-se o peito
Pronto para ser flechado
E após flechado o peito se fecha em um grande processo de cura
Mas a cicatriz permanece
E sangra
Embora um raio não caia duas vezes no mesmo lugar
A flecha cai.
ÚLTIMO ATO: Sobre desmoranamentos, sinceridade e querer
Se desfaz, tudo se desfaz
Entenda
Uma vez compreendido o que veio
E porque se sentir assim
Tudo se esvai em um sopro
Toda e qualquer reflexão a respeito se faz nula
Uma vez que não faz mais sentido
Cai por terra
O muro
A casa
O mundo
Esse é meu jeito de ser sincera e explicar aquilo que nem sei
Com letras, não números
Não há alma mais desnuda que a minha aqui e agora
Em todo e qualquer texto e verso
Essa sou eu em toda a minha complexidade
Cai por terra qualquer teoria
Desmorona
Apenas por querer que seja assim
E começo de novo
Mais uma vez
Sem ser predador ou presa
Caça ou caçador
Apenas eu
Nua e vestida de sol
Vestida de som
Vestida de mim
Entenda
Uma vez compreendido o que veio
E porque se sentir assim
Tudo se esvai em um sopro
Toda e qualquer reflexão a respeito se faz nula
Uma vez que não faz mais sentido
Cai por terra
O muro
A casa
O mundo
Esse é meu jeito de ser sincera e explicar aquilo que nem sei
Com letras, não números
Não há alma mais desnuda que a minha aqui e agora
Em todo e qualquer texto e verso
Essa sou eu em toda a minha complexidade
Cai por terra qualquer teoria
Desmorona
Apenas por querer que seja assim
E começo de novo
Mais uma vez
Sem ser predador ou presa
Caça ou caçador
Apenas eu
Nua e vestida de sol
Vestida de som
Vestida de mim
ATO 2: Sobre a prepotência, insegurança e medo
Auto afirmação é a melhor e mais comum arma contra a insegurança
Entenda
Sentir-se inseguro e não obstante
Não o bastante
Vira qualquer um de cabeça pra baixo
O medo
Palavra curta
Com grande significado
Traz consigo todas as falhas para nós tão importantes
Medo dá medo
Só pelo ato de tê-lo
Ou não tê-lo
Por isso a prepotência e arrogância
Aquela que protege e lembra a gente que talvez a gente seja um pouquinho bom
Por mais que a gente não acredite nisso
Eu não acredito
Seja tubarão ou sardinha
Cada um tem seu papel na cadeia alimentar
No fim
Somos todos comida de peixe
Entenda
Sentir-se inseguro e não obstante
Não o bastante
Vira qualquer um de cabeça pra baixo
O medo
Palavra curta
Com grande significado
Traz consigo todas as falhas para nós tão importantes
Medo dá medo
Só pelo ato de tê-lo
Ou não tê-lo
Por isso a prepotência e arrogância
Aquela que protege e lembra a gente que talvez a gente seja um pouquinho bom
Por mais que a gente não acredite nisso
Eu não acredito
Seja tubarão ou sardinha
Cada um tem seu papel na cadeia alimentar
No fim
Somos todos comida de peixe
ATO 1: Sobre cadeia alimentar, rabo preso e caça
Vivo uma vida livre dentro de tudo que me é possível
Entenda
Não começo nada sem terminar o que veio antes
O que veio antes precisa tornar-se passado pra que eu possa começar qualquer outra coisa
Seja um livro
Um prato de comida
Ou um amor
Acontece que isso não é meu comportamento natural
Sempre tendi a deixar coisas sem fim
Palavras não ditas
Comida no prato
Costumava ter medo de finais
Natural de quem começa tanto, tantas vezes
Um dia da caça e outro do caçador
Descobri que no dia seguinte talvez não pudesse dizer nada
Talvez não tivesse comida
Talvez alguém não estivesse lá pra ouvir, ou não quisesse
Até o mais cruel dos predadores tem seu momento de fraqueza
É vulnerável
Suscetível à outra coisa
Encantar ou esconder é o que resta a presa
Mas muito embora eu tenha a tendência de colocar reticências em tudo
Eu nunca tive a necessidade de voltar pra nenhuma história
Ou ela continua, ou ela termina
Não me mantenho com o rabo preso na rede de nenhum pescador que esqueceu de puxar sua pesca
Sou peixe grande
Ou como diria meu querido pai
Tenho olhos de tubarão
E sabe como se pesca um tubarão?
Ou se quer muito
Ou passa a vida se alimentando de sardinha
Entenda
Não começo nada sem terminar o que veio antes
O que veio antes precisa tornar-se passado pra que eu possa começar qualquer outra coisa
Seja um livro
Um prato de comida
Ou um amor
Acontece que isso não é meu comportamento natural
Sempre tendi a deixar coisas sem fim
Palavras não ditas
Comida no prato
Costumava ter medo de finais
Natural de quem começa tanto, tantas vezes
Um dia da caça e outro do caçador
Descobri que no dia seguinte talvez não pudesse dizer nada
Talvez não tivesse comida
Talvez alguém não estivesse lá pra ouvir, ou não quisesse
Até o mais cruel dos predadores tem seu momento de fraqueza
É vulnerável
Suscetível à outra coisa
Encantar ou esconder é o que resta a presa
Mas muito embora eu tenha a tendência de colocar reticências em tudo
Eu nunca tive a necessidade de voltar pra nenhuma história
Ou ela continua, ou ela termina
Não me mantenho com o rabo preso na rede de nenhum pescador que esqueceu de puxar sua pesca
Sou peixe grande
Ou como diria meu querido pai
Tenho olhos de tubarão
E sabe como se pesca um tubarão?
Ou se quer muito
Ou passa a vida se alimentando de sardinha
setembro 05, 2016
Sempre chegam as manhãs
Sempre fui uma criatura notívaga
Pense
A noite tem seus mistérios e é quase mágica
E isso sempre me encantou
Embora depois, um pouco mais velha
Morfeu tenha me acariciado com algumas noites de sono
Ainda sinto falta da madrugada vez ou outra
Mas sempre chegam as manhãs
Sejam elas de segundas ou sextas
Ensolaradas ou mofadas e sem cor
A realidade sempre nos assola com um soco na cara
As manhãs sempre chegam
e com elas todos os problemas
E cada canto escuro e bonito
Se torna um aglomerado de formas sob a luz do dia
Por isso sempre preferi a noite
Pois nela, todo gato é pardo
Não há diferença ou rancor
Inimigos amam-se em segredo
Isso é a noite
Segredo e liberdade
Sem medo ou pudor
Mas manhãs sempre chegam
Trocam-se whiskys por cafés
Corpos nus por camisas
E mordidas por sorrisos amarelos
Sempre chegam as manhãs
E com elas, a realidade.
Pense
A noite tem seus mistérios e é quase mágica
E isso sempre me encantou
Embora depois, um pouco mais velha
Morfeu tenha me acariciado com algumas noites de sono
Ainda sinto falta da madrugada vez ou outra
Mas sempre chegam as manhãs
Sejam elas de segundas ou sextas
Ensolaradas ou mofadas e sem cor
A realidade sempre nos assola com um soco na cara
As manhãs sempre chegam
e com elas todos os problemas
E cada canto escuro e bonito
Se torna um aglomerado de formas sob a luz do dia
Por isso sempre preferi a noite
Pois nela, todo gato é pardo
Não há diferença ou rancor
Inimigos amam-se em segredo
Isso é a noite
Segredo e liberdade
Sem medo ou pudor
Mas manhãs sempre chegam
Trocam-se whiskys por cafés
Corpos nus por camisas
E mordidas por sorrisos amarelos
Sempre chegam as manhãs
E com elas, a realidade.
setembro 02, 2016
Sobre quebra-cabeças, queijo ralado, periferias e relacionamentos
Ainda hoje de manhã me disseram
"E não deixa de lembrar que amar-se é essencial, e não egoísmo"
(Sim, eu vou parafraseá-lo durante o texto inteiro)
Eu não entendi o porque do comentário
E como não sou mulher de dúvidas eu perguntei: O que isso quer dizer?
Entre a conversa sobre centros e periferias e o que era ou não era importante
A metáfora utilizada foi um quebra cabeças
Você ser a peça central e tudo que gira em torno de você é mutável e te completa.
Logo eu cheia de razão disse "Completa não, complementa"
A questão é que pra você ser uma peça você já está moldado, e o que te encaixa também, eu não gosto dessa ideia.
O mais engraçado é que meu discurso para duas ou mais pessoas durante essa semana foi
PARE de se buscar nos outros, você não precisa se buscar em ninguém.
Se possua e seja dono de si
Dono do seu saber, sabor e o que mais for
E me doeu dizer isso, mas a gente não dá o que não tem
E então disse que eu acho que relações são como queijo ralado
A gente gosta, e algumas vezes prefere com
Mas a comida não fica menos interessante porque não tem
É um complemento
Mas como dizia minha mãe: Barriga cheia, goiaba tem bicho.
Uma frase me estapeou a cara pela manhã, e eu realmente considerei desenvolver um pensamento, um texto, um verso ou qualquer coisa que o valha
Ainda assim eu a deixo aqui para reflexão ou memória póstuma
" No xadrez do amor, eu não sou a rainha, eu sou o rei"
Acontece que ser rei é correr o risco de tomar um xeque a cada jogada
Até o xeque-mate, o grand-finale.
Eu realmente acredito em amor da vida, e que por ai em algum lugar algum tonto talvez esteja pensando que um dia ele possa encontrar alguém que talvez se pareça comigo
Ou talvez ele esteja só tomando cerveja e nunca tenha pensado nisso
Ou talvez ele não tenha nascido ou morreu em um acidente de carro no ano passado
Ou talvez ele lembre de mim enquanto fuma o último cigarro do dia
Eu não sei
Mas gosto de acreditar que aí fora tem alguém pra ser meu queijo ralado
Essa é a complexidade de toda e qualquer relação, sendo ela romântica ou não
O mais bonito é você QUERER estar com alguém, porque aquilo te faz melhor
Ou te obriga a melhorar
Mas você não precisa melhorar, e não precisa de alguém pra isso
E a recíproca tem que ser verdadeira.
É sempre melhor dividir a caminhada e eu concordo
Mas antes de começar a dividi-la é importante saber que você pode caminhar sozinho
E caminhar sozinho é amar-se
E amar-se é também amar aquilo que te incomoda
Sua felicidade é de única e exclusiva responsabilidade tua
Ela tem que ser e precisa ser somente tua
Pelo simples fato de que você não tem o direito de jogar isso no colo do outro
Mesmo assim compartilha-la também é preciso
Não confunda, conhecer a sua responsabilidade para consigo com
" Vou erguer um muro aqui, e ninguém entra"
Felicidade também é sofrer e permitir ser machucado
Dor é bom
Eu gosto de ser uma coisa boa
Seja por um dia, um mês, um ano ou uma vida
Sendo dolorosa ou não
Eu gosto de tocar a vida de outra pessoa
De verdade
E sei que isso tem relevância, e sei o quanto isso pode significar
Mas isso não significa que eu seja responsável por como você se sente
Cada um dá o que tem no coração e cada um recebe com o coração que tem
Eu fico feliz de você participar da minha bagunça.
E sobre a dedicatória: até mais tarde.
"E não deixa de lembrar que amar-se é essencial, e não egoísmo"
(Sim, eu vou parafraseá-lo durante o texto inteiro)
Eu não entendi o porque do comentário
E como não sou mulher de dúvidas eu perguntei: O que isso quer dizer?
Entre a conversa sobre centros e periferias e o que era ou não era importante
A metáfora utilizada foi um quebra cabeças
Você ser a peça central e tudo que gira em torno de você é mutável e te completa.
Logo eu cheia de razão disse "Completa não, complementa"
A questão é que pra você ser uma peça você já está moldado, e o que te encaixa também, eu não gosto dessa ideia.
O mais engraçado é que meu discurso para duas ou mais pessoas durante essa semana foi
PARE de se buscar nos outros, você não precisa se buscar em ninguém.
Se possua e seja dono de si
Dono do seu saber, sabor e o que mais for
E me doeu dizer isso, mas a gente não dá o que não tem
E então disse que eu acho que relações são como queijo ralado
A gente gosta, e algumas vezes prefere com
Mas a comida não fica menos interessante porque não tem
É um complemento
Mas como dizia minha mãe: Barriga cheia, goiaba tem bicho.
Uma frase me estapeou a cara pela manhã, e eu realmente considerei desenvolver um pensamento, um texto, um verso ou qualquer coisa que o valha
Ainda assim eu a deixo aqui para reflexão ou memória póstuma
" No xadrez do amor, eu não sou a rainha, eu sou o rei"
Acontece que ser rei é correr o risco de tomar um xeque a cada jogada
Até o xeque-mate, o grand-finale.
Eu realmente acredito em amor da vida, e que por ai em algum lugar algum tonto talvez esteja pensando que um dia ele possa encontrar alguém que talvez se pareça comigo
Ou talvez ele esteja só tomando cerveja e nunca tenha pensado nisso
Ou talvez ele não tenha nascido ou morreu em um acidente de carro no ano passado
Ou talvez ele lembre de mim enquanto fuma o último cigarro do dia
Eu não sei
Mas gosto de acreditar que aí fora tem alguém pra ser meu queijo ralado
Essa é a complexidade de toda e qualquer relação, sendo ela romântica ou não
O mais bonito é você QUERER estar com alguém, porque aquilo te faz melhor
Ou te obriga a melhorar
Mas você não precisa melhorar, e não precisa de alguém pra isso
E a recíproca tem que ser verdadeira.
É sempre melhor dividir a caminhada e eu concordo
Mas antes de começar a dividi-la é importante saber que você pode caminhar sozinho
E caminhar sozinho é amar-se
E amar-se é também amar aquilo que te incomoda
Sua felicidade é de única e exclusiva responsabilidade tua
Ela tem que ser e precisa ser somente tua
Pelo simples fato de que você não tem o direito de jogar isso no colo do outro
Mesmo assim compartilha-la também é preciso
Não confunda, conhecer a sua responsabilidade para consigo com
" Vou erguer um muro aqui, e ninguém entra"
Felicidade também é sofrer e permitir ser machucado
Dor é bom
Eu gosto de ser uma coisa boa
Seja por um dia, um mês, um ano ou uma vida
Sendo dolorosa ou não
Eu gosto de tocar a vida de outra pessoa
De verdade
E sei que isso tem relevância, e sei o quanto isso pode significar
Mas isso não significa que eu seja responsável por como você se sente
Cada um dá o que tem no coração e cada um recebe com o coração que tem
Eu fico feliz de você participar da minha bagunça.
E sobre a dedicatória: até mais tarde.
setembro 01, 2016
O que falta em ti
Continua atribuindo-me
A outras e outros
Corpos ou não
Possivelmente eu estraguei meia dúzia de músicas pra você
Continua buscando minha voz
Muitas vezes não tão doce ou afinada
Em meio à multidão silenciosa do seu sentir
Procura meu olhar vagando pela janela
Você não o encontrará mais
De mim fica a lembrança
Em cada canto
Em cada choro e riso e desespero
Em cada disco que nunca tocou
Enquanto dançávamos na sala
Em cada domingo chuvoso que nunca existiu
Em cada detalhe esquecido
Continua buscando
Você jamais me encontrará
Pois o que falta em ti não sou eu
É você.
Sobre mim.
Os dedos tamborilam no teclado
Nada sai
A cabeça está a mil, numa tormenta louca onde os pensamentos não se organizam
Tento organiza-los aqui
Escrever nada mais é do que olho do furação de quem sou
O lugar seguro onde tudo emudece e eu consigo me olhar
De dentro, para dentro.
Eu sou o que sou
E isso é muito mais complexo do que parece
Uma vez me disseram que eu parecia uma bomba-relógio nos últimos segundos
Prestes a estourar
Eu tinha dezessete anos, e dez anos depois, o relógio continua contando
Ninguém nunca soube qual fio cortar
A verdade é que não me escondo, mas não me mostro inteira
Não precisa
Profundidade assusta e poucas criaturas vivem lá
Só olhar o mar
Gosto da comparação com o mar
Prepotência minha ou não
Ninguém me conhece melhor que eu
E eu conheço minha imensidão
Não disse que ela é bonita, longe disso
Não estou me poetizando
Romanceando qualquer característica de mim
Como toda imensidão, existem lugares em mim onde a luz não toca
Eu sou uma completa bagunça
Só que eu não ligo
Eu não ligo de ser bagunçada
Eu sou o que sou
E isso é muito mais simples do que parece
Eu não vou fingir
Eu não vou mentir
Muito embora eu tenha uma incrível capacidade de persuasão
Ela só funciona quando eu acredito no que estou dizendo
Eu sou o que sou
E isso é muito mais do que querem que eu seja
Outra vez me disseram que eu vivia em "anos de cachorro"
Um pra oito
Faz sentido também
Não sei fazer as coisas pela metade
Não conheço o meio termo, a politicagem, a diplomacia
Eu sou o que sou
E isso é muito mais intenso do que parece
E por mais que eu viva recolhendo cacos e me remontando
Eu não escondo minhas marcas
Elas tem sua beleza também
Eu sou o que sou
E me tornar assim foi muito mais doloroso do que parece
Você pode conhecer meus hábitos
E minhas bebidas preferidas
Minhas crenças
E toda e qualquer outra coisa que me pertença
Eu sou o que sou
E o que eu faço não é minha essência
Nada sai
A cabeça está a mil, numa tormenta louca onde os pensamentos não se organizam
Tento organiza-los aqui
Escrever nada mais é do que olho do furação de quem sou
O lugar seguro onde tudo emudece e eu consigo me olhar
De dentro, para dentro.
Eu sou o que sou
E isso é muito mais complexo do que parece
Uma vez me disseram que eu parecia uma bomba-relógio nos últimos segundos
Prestes a estourar
Eu tinha dezessete anos, e dez anos depois, o relógio continua contando
Ninguém nunca soube qual fio cortar
A verdade é que não me escondo, mas não me mostro inteira
Não precisa
Profundidade assusta e poucas criaturas vivem lá
Só olhar o mar
Gosto da comparação com o mar
Prepotência minha ou não
Ninguém me conhece melhor que eu
E eu conheço minha imensidão
Não disse que ela é bonita, longe disso
Não estou me poetizando
Romanceando qualquer característica de mim
Como toda imensidão, existem lugares em mim onde a luz não toca
Eu sou uma completa bagunça
Só que eu não ligo
Eu não ligo de ser bagunçada
Eu sou o que sou
E isso é muito mais simples do que parece
Eu não vou fingir
Eu não vou mentir
Muito embora eu tenha uma incrível capacidade de persuasão
Ela só funciona quando eu acredito no que estou dizendo
Eu sou o que sou
E isso é muito mais do que querem que eu seja
Outra vez me disseram que eu vivia em "anos de cachorro"
Um pra oito
Faz sentido também
Não sei fazer as coisas pela metade
Não conheço o meio termo, a politicagem, a diplomacia
Eu sou o que sou
E isso é muito mais intenso do que parece
E por mais que eu viva recolhendo cacos e me remontando
Eu não escondo minhas marcas
Elas tem sua beleza também
Eu sou o que sou
E me tornar assim foi muito mais doloroso do que parece
Você pode conhecer meus hábitos
E minhas bebidas preferidas
Minhas crenças
E toda e qualquer outra coisa que me pertença
Eu sou o que sou
E o que eu faço não é minha essência
agosto 29, 2016
Até diria que é boa
Eu esperava que passasse
Esperava que melhorasse
Ainda espero
Que algo aconteça
Ou que nada aconteça
Espero que o telefone toque
ou de vez, emudeça
Espero um sinal
Sinal divino
Ou de gente
Mas como já disse
E volto a dizer
Se a saudade não insistisse em doer
Eu seria até capaz de dizer que ela é boa
Mas não sou
Mas não é
Esperava que melhorasse
Ainda espero
Que algo aconteça
Ou que nada aconteça
Espero que o telefone toque
ou de vez, emudeça
Espero um sinal
Sinal divino
Ou de gente
Mas como já disse
E volto a dizer
Se a saudade não insistisse em doer
Eu seria até capaz de dizer que ela é boa
Mas não sou
Mas não é
agosto 26, 2016
Carta ao (meu) amor
Ao meu grande amor,
Não se demore
Paciência não me foi ensinada
Ou ensaiada
Mas também não tenha pressa
Conheço alguns mistérios do tempo
Respeito os caprichos do destino
Não venha ao meio
Não me contento com pouco
E metade não me preenche
Não escolha tanto as palavras
Não fique mudo
Mas às vezes cale
Para que seus olhos falem mais alto
Não se faça ausente
Mas me permita que sinta sua falta
Sem rancor
Apenas com o gosto agridoce de saudade
Mergulhe em mim
Que em toda minha imensidão
Não falta (a)mar
E nem faltará
Não se demore
Paciência não me foi ensinada
Ou ensaiada
Mas também não tenha pressa
Conheço alguns mistérios do tempo
Respeito os caprichos do destino
Não venha ao meio
Não me contento com pouco
E metade não me preenche
Não escolha tanto as palavras
Não fique mudo
Mas às vezes cale
Para que seus olhos falem mais alto
Não se faça ausente
Mas me permita que sinta sua falta
Sem rancor
Apenas com o gosto agridoce de saudade
Mergulhe em mim
Que em toda minha imensidão
Não falta (a)mar
E nem faltará
agosto 25, 2016
Inesgotável
Sinto-me uma fonte inesgotável de palavras
Vomito sentimentos através das pontas dos dedos
Como uma malabarista balança em cima da corda na ponta dos pés
Sempre tomando cuidado para não cair
Não quero mergulhar em letras
Ou talvez não queira mergulhar em sentimentos, não agora.
Tênue linha para não enlouquecer com as mesquinharias do meu coração
Na verdade é bastante complicado ter certeza de tudo e não ter certeza de nada.
Ainda ontem eu ouvi o quanto estava tudo uma bagunça comigo, e como eu suportava aquilo de forma tão leve
Leve?
Citaram resiliência e inclusive sugeriram que seria uma boa palavra pra mim.
Talvez seja, talvez não.
Ainda não sei e não preciso saber.
Esse não é mais um poema quase bem construído.
Não tem rimas ou métrica ou metáforas para quaisquer que sejam minha intenções.
Ele começou como um, mas como sempre eu me dou ao direito de mudar de ideia no meio do caminho.
Seja qual caminho for.
Eu não tenho casa, literalmente.
E isso não me preocupou por um milésimo de segundo.
Eu não tenho amor, não literalmente.
E isso me tira o sono, a fome e todo o resto
Durante o dia inteiro
Todos os dias
Da última semana.
São sete dias de martírio e marasmo
De culpa e dúvida
Pelo simples fato de que tive certeza,
Em um pequeno e especial momento
Coisa que há muito eu não tinha.
Pode ser uma compensação imbecil
Pode ser uma válvula de escape
Pode ser...
Mas dói.
E dor é bom.
Não, eu não sou masoquista ou sádica (talvez um pouco da segunda opção mas deixa pra uma próxima oportunidade.)
Mas dor lembra a gente que a gente está vivo, dor lembra a gente que ainda é possível sentir algo
Ainda que seja dor.
Em sete dias eu experimentei tantas emoções, que talvez algumas delas não tenham nome ainda.
Em sete dias eu vivi um mês e um ano.
Em sete dias eu vivi uma vida, porque vivi um amor.
E ao sétimo dia meu coração descansa
Feliz
e em paz.
Sei lá, a vida tem desses mistérios.
Vomito sentimentos através das pontas dos dedos
Como uma malabarista balança em cima da corda na ponta dos pés
Sempre tomando cuidado para não cair
Não quero mergulhar em letras
Ou talvez não queira mergulhar em sentimentos, não agora.
Tênue linha para não enlouquecer com as mesquinharias do meu coração
Na verdade é bastante complicado ter certeza de tudo e não ter certeza de nada.
Ainda ontem eu ouvi o quanto estava tudo uma bagunça comigo, e como eu suportava aquilo de forma tão leve
Leve?
Citaram resiliência e inclusive sugeriram que seria uma boa palavra pra mim.
Talvez seja, talvez não.
Ainda não sei e não preciso saber.
Esse não é mais um poema quase bem construído.
Não tem rimas ou métrica ou metáforas para quaisquer que sejam minha intenções.
Ele começou como um, mas como sempre eu me dou ao direito de mudar de ideia no meio do caminho.
Seja qual caminho for.
Eu não tenho casa, literalmente.
E isso não me preocupou por um milésimo de segundo.
Eu não tenho amor, não literalmente.
E isso me tira o sono, a fome e todo o resto
Durante o dia inteiro
Todos os dias
Da última semana.
São sete dias de martírio e marasmo
De culpa e dúvida
Pelo simples fato de que tive certeza,
Em um pequeno e especial momento
Coisa que há muito eu não tinha.
Pode ser uma compensação imbecil
Pode ser uma válvula de escape
Pode ser...
Mas dói.
E dor é bom.
Não, eu não sou masoquista ou sádica (talvez um pouco da segunda opção mas deixa pra uma próxima oportunidade.)
Mas dor lembra a gente que a gente está vivo, dor lembra a gente que ainda é possível sentir algo
Ainda que seja dor.
Em sete dias eu experimentei tantas emoções, que talvez algumas delas não tenham nome ainda.
Em sete dias eu vivi um mês e um ano.
Em sete dias eu vivi uma vida, porque vivi um amor.
E ao sétimo dia meu coração descansa
Feliz
e em paz.
Sei lá, a vida tem desses mistérios.
agosto 24, 2016
Mal incurável
O que foi jamais será diferente
O amor de outrora
Já não se faz latente
Mente
Não bombeia sangue
Não me mantém viva
Sangue preciso
Precioso
Dança sob minha pele
Uma dança cigana
Entre véus de músculos
Atrofiados
Semi-mortos
Amorfos
Sem ar
Ar que respiro
Que preenche meus pulmões
Por que já não és mais oxigênio?
Por que te tornaste tóxico
aos meus pobres brônquios?
Brônquios que já sofrem
De um mal incurável.
Ó incurável coração
Por que não te contentaste com pouco?
Sobrou-te nada
E ainda assim sente-se mais feliz
Por asfixiar-se em saudade
O amor de outrora
Já não se faz latente
Mente
Não bombeia sangue
Não me mantém viva
Sangue preciso
Precioso
Dança sob minha pele
Uma dança cigana
Entre véus de músculos
Atrofiados
Semi-mortos
Amorfos
Sem ar
Ar que respiro
Que preenche meus pulmões
Por que já não és mais oxigênio?
Por que te tornaste tóxico
aos meus pobres brônquios?
Brônquios que já sofrem
De um mal incurável.
Ó incurável coração
Por que não te contentaste com pouco?
Sobrou-te nada
E ainda assim sente-se mais feliz
Por asfixiar-se em saudade
agosto 19, 2016
Descoberta
Busca.
Podes buscar
Em toda ciência
Em toda filosofia
Na alquimia e química
Toda física ilógica
Sem lei
Esquece a filosofia
A arqueologia mitológica
Mágica
Irreal
Esquece Newton
Esquece Freud
Esquece Foucault
Decifra-me ou devoro-te?
Não
Decifro-te e devoro-te!
Com toda biologia quântica
Nuclear
Esquece a ciência
Esquece a medicina
Não há penicilina que te diminua a dor
Nem floral
Nem homeopatia
Nem alcool
Nem apatia
Esquece a astrologia
Esquece a dança
Esquece a música
Esqueça-se em mim
Não se esqueça de mim.
Podes buscar
Em toda ciência
Em toda filosofia
Na alquimia e química
Toda física ilógica
Sem lei
Esquece a filosofia
A arqueologia mitológica
Mágica
Irreal
Esquece Newton
Esquece Freud
Esquece Foucault
Decifra-me ou devoro-te?
Não
Decifro-te e devoro-te!
Com toda biologia quântica
Nuclear
Esquece a ciência
Esquece a medicina
Não há penicilina que te diminua a dor
Nem floral
Nem homeopatia
Nem alcool
Nem apatia
Esquece a astrologia
Esquece a dança
Esquece a música
Esqueça-se em mim
Não se esqueça de mim.
fevereiro 26, 2016
Queria
Queria ver o céu refletindo
as estrelas de suas costas
E minha mão lhe acariciando a nuca
Desenhando a Ursa
Queria afogar-me um pouquinho
Nas ondas de seu cabelo
Embriagar-me com seu cheiro
Sem medo da ressaca
Ah Morena
Quanto te quis que doeu
As lembranças de ti, tão poucas
Me roubam um sorriso de meia boca
E logo torno a sentir dor
Porque assim
Cheia de anseio e desejo, Morena
Por que a pressa?
Por que tão pouco?
O relógio não para
Nem minha morena
Ela esta sempre atrasada
Girando no mesmo lugar
Minha morena vai embora
E ela parece não querer voltar
E como eu queria
Não querê-la mais
as estrelas de suas costas
E minha mão lhe acariciando a nuca
Desenhando a Ursa
Queria afogar-me um pouquinho
Nas ondas de seu cabelo
Embriagar-me com seu cheiro
Sem medo da ressaca
Ah Morena
Quanto te quis que doeu
As lembranças de ti, tão poucas
Me roubam um sorriso de meia boca
E logo torno a sentir dor
Porque assim
Cheia de anseio e desejo, Morena
Por que a pressa?
Por que tão pouco?
O relógio não para
Nem minha morena
Ela esta sempre atrasada
Girando no mesmo lugar
Minha morena vai embora
E ela parece não querer voltar
E como eu queria
Não querê-la mais
novembro 04, 2013
O lado negro
Minha tristeza não se precipita em tormenta e revolta, não troveja e relampeia.
Ela não se precipita.
Eu não choro.
Ainda que minha maior vontade em inúmeras vezes seja desabar em lagrimas, encher rios doces de aguas salgadas e pútridas do meu sofrimento e desespero, eu não choro.
Morram meus sonhos, e meus dias, meus amores... Eu não choro, mais.
Minha nuvem negra fica cada vez mais negra, e mais densa, e mais pesada.
E eu cada vez mais cética e apática.
Na minha cabeça uma bigorna, de palavras não ditas e não ouvidas.
Qual é a ânsia e o prazer em me machucar? Eu vos pergunto, torturadores meus...
Não, não sou mártir...
Sou apenas uma criança assustada que caiu do balanço, e defende-se como pode
Mas não chora.
Eu sou a outra face do medo, o outro lado da moeda, o lado negro.
Pintei o que havia de podre e imundo, e vendi como uma caixa de experiências que me trouxeram engrandecimento e amadurecimento.
Me tornei cinza, sem tonalidades.
Apenas aquela coisa chata e maçante, que chove e não molha, que não acredita e não duvida.
Me tornei o meio termo de tudo que odeio.
Sem posicionamento, sem garra, sem ferver nem gelar.
Aprendi a não tomar partido, nem o meu próprio.
E vos pergunto novamente torturadores, qual é a ânsia e o prazer em me mudar?
Não, não sou nenhuma coitada largada em qualquer guia onde chove frio... e nem preciso ser, pois aqui dentro neva.
Aqui dentro, névoa.
Parem de me bater, eu não vou reagir, eu não vou responder, eu não vou me importar.
O gelo interno é de uma camada densa na qual nem eu me encontro mais.
É anestésico e imune, é relaxante e desesperador.
É inalcançável.
Ela não se precipita.
Eu não choro.
Ainda que minha maior vontade em inúmeras vezes seja desabar em lagrimas, encher rios doces de aguas salgadas e pútridas do meu sofrimento e desespero, eu não choro.
Morram meus sonhos, e meus dias, meus amores... Eu não choro, mais.
Minha nuvem negra fica cada vez mais negra, e mais densa, e mais pesada.
E eu cada vez mais cética e apática.
Na minha cabeça uma bigorna, de palavras não ditas e não ouvidas.
Qual é a ânsia e o prazer em me machucar? Eu vos pergunto, torturadores meus...
Não, não sou mártir...
Sou apenas uma criança assustada que caiu do balanço, e defende-se como pode
Mas não chora.
Eu sou a outra face do medo, o outro lado da moeda, o lado negro.
Pintei o que havia de podre e imundo, e vendi como uma caixa de experiências que me trouxeram engrandecimento e amadurecimento.
Me tornei cinza, sem tonalidades.
Apenas aquela coisa chata e maçante, que chove e não molha, que não acredita e não duvida.
Me tornei o meio termo de tudo que odeio.
Sem posicionamento, sem garra, sem ferver nem gelar.
Aprendi a não tomar partido, nem o meu próprio.
E vos pergunto novamente torturadores, qual é a ânsia e o prazer em me mudar?
Não, não sou nenhuma coitada largada em qualquer guia onde chove frio... e nem preciso ser, pois aqui dentro neva.
Aqui dentro, névoa.
Parem de me bater, eu não vou reagir, eu não vou responder, eu não vou me importar.
O gelo interno é de uma camada densa na qual nem eu me encontro mais.
É anestésico e imune, é relaxante e desesperador.
É inalcançável.
setembro 21, 2013
MINHAS MORTES IMAGINÁRIAS - Série
As emoções me tomavam por completo, e o pobre Carlos tentando me defender... Pobre Carlos.
Você realmente está louco meu querido.
E então a facada final
"Mate-a"
E então todo o fervor de ódio transformou-se em um mar de lagrimas.
Matar-me? Você esta considerando essa idéia? É isso que estou vendo?
Voce esta aceitando conselhos de um advogado de quinta, bêbado e canalha?
Eu não acredito nisso.
Minha amarguês veio a tona como um refrigerante que espuma em ira depois de balançado no caminho pra casa.
E da mesma forma borbulhei todo o caminho de volta, apenas vendo os pensamentos sórdidos e baixos.
Ele realmente vai me matar.
Chegamos em casa, e ele começou a beber pra me ver.
Pois bem, beba. Seque todas as garrafas.
Cada gole que ele dava, eu ficava mais tonta.
A bebida acabou, pensei na erva na gaveta...
E batata, ele lembrou e foi buscar...
Enrolou sua cigarrilha e fumou, eu odiava quando ele fumava, me deixava ainda mais tonta, e sem muito poder sobre mim.
Me controlei o quanto pude pois sabia da sua sonolência, com sorte ele dormiria e esqueceria esse absurdo de matar-me.
Foi esse pensamento me ocorrer, e ele levantou em um pulo, e correu para adquirir uma garrafa de vodka.
Analisei a idéia de aparecer ali mesmo e impedir essa loucura, mas sabia que minha vida estava em risco, preferi manter-me ausente enquanto ele quase colocava pra fora um copo de chopp e tudo mais que havia em seu estômago pela sala.
Não agüentei, apareci.
Não tive muitas opções, estava alcoolizada de tanto que ele bebeu, e desse jeito acabaríamos mortos, os dois.
Inventei uma desculpa qualquer que estava bebendo com amigos...
Tentei parecer despreocupada, despreocupada demais.
Eu sabia quais eram as intenções, vi aquela almofada vindo em direção ao meu rosto, rosto que ele imaginou com tanto esmero, e desesperei-me...
Me debatia e tentava gritar, mas me faltava força, e a almofada abafava meus gritos.
Então me lembrei que não precisava de ar...
Quer saber o outro lado da história? O ASSASSINATO DE BÁRBARA
Você realmente está louco meu querido.
E então a facada final
"Mate-a"
E então todo o fervor de ódio transformou-se em um mar de lagrimas.
Matar-me? Você esta considerando essa idéia? É isso que estou vendo?
Voce esta aceitando conselhos de um advogado de quinta, bêbado e canalha?
Eu não acredito nisso.
Minha amarguês veio a tona como um refrigerante que espuma em ira depois de balançado no caminho pra casa.
E da mesma forma borbulhei todo o caminho de volta, apenas vendo os pensamentos sórdidos e baixos.
Ele realmente vai me matar.
Chegamos em casa, e ele começou a beber pra me ver.
Pois bem, beba. Seque todas as garrafas.
Cada gole que ele dava, eu ficava mais tonta.
A bebida acabou, pensei na erva na gaveta...
E batata, ele lembrou e foi buscar...
Enrolou sua cigarrilha e fumou, eu odiava quando ele fumava, me deixava ainda mais tonta, e sem muito poder sobre mim.
Me controlei o quanto pude pois sabia da sua sonolência, com sorte ele dormiria e esqueceria esse absurdo de matar-me.
Foi esse pensamento me ocorrer, e ele levantou em um pulo, e correu para adquirir uma garrafa de vodka.
Analisei a idéia de aparecer ali mesmo e impedir essa loucura, mas sabia que minha vida estava em risco, preferi manter-me ausente enquanto ele quase colocava pra fora um copo de chopp e tudo mais que havia em seu estômago pela sala.
Não agüentei, apareci.
Não tive muitas opções, estava alcoolizada de tanto que ele bebeu, e desse jeito acabaríamos mortos, os dois.
Inventei uma desculpa qualquer que estava bebendo com amigos...
Tentei parecer despreocupada, despreocupada demais.
Eu sabia quais eram as intenções, vi aquela almofada vindo em direção ao meu rosto, rosto que ele imaginou com tanto esmero, e desesperei-me...
Me debatia e tentava gritar, mas me faltava força, e a almofada abafava meus gritos.
Então me lembrei que não precisava de ar...
Quer saber o outro lado da história? O ASSASSINATO DE BÁRBARA
setembro 10, 2013
De todos, o último
Insulta-me o quanto queres, pouco me importa
Insulta-me no talento e na forma de ser.
Impossivel perder-me para mim, você nunca me teve.
Você nunca foi opção, pois quando pudera tornar-se tal, optou por outros caminhos, e foi melhor, na pior das hipóteses, na pior das opções.
Entenda-me,ou não, eu não me importo.
Eu nunca me importei, e nunca vou me importar.
Vire-se em seus personagens, compare-me com quaisquer que sejam.
Eu sou real.
Quanto mais cruel melhor, e eu sou um poço de crueldade.
Engana-se ao dizer que sou alto piedosa, engana-se redondamente.
A crueldade que uso para com os outros é triplicada quando se trata de mim.
Um dedo apontado, três apontando de volta e essa é uma das regras que regem minha vida.
Continue fantasiando lamber-me de cima abaixo, ou de cabo a rabo, como queiras.
Não gosto de lambidas e chupadas, e odeio meus pés.
Continue imaginando a varanda, o apartamento antigo, a camiseta e o cigarro, a cadeira e o livro.
Tome minhas fantasias pra si, tome o que quiseres.
Tome veneno.
Essa é a minha intenção para ti.
Veneno.
Veneno do teu próprio ego, veneno da tua própria dificuldade para consigo.
Veneno da derrota.
Foste derrotado por uma garorinha cheia de melindres e auto-piedosa, como tu mesmo me descreves, pois que assim seja, engrandece ainda mais tua perda diminuindo-me.
Engrandeça-se nesse poço de desejo e não ter.
Morra na fúria de uma criança mimada, que chora quando não come o pudim antes do brócolis.
Histérico.
Morra.
Ou mate-me, de preferência.
Degole toda e qualquer lembrança de mim, escalpe meus cabelos longos ou curtos, arranque minhas pernas finas, já sem os jeans rasgados, esqueça meu umbigo.
Jamais há de tê-los, nem as vistas, quem dirá aos toques.
Escoste-se na parede alcoolizado e chame qualquer outrém, buscando a mim.
Afogue-me em alcoól e morra engasgado com as lembranças.
Pois vos digo, aqui estão todas as intenções mais brutas e vorazes, mais sinceras e arcaicas.
Agonize, e engasgue, e vomite e desespere-se
Tudo, de novo e de novo.
Mate seus vermes internos com o maior teor etilico que encontrares.
Esqueça minha podridão, perto da tua ela é florida e ensolarada.
Esqueça-me em detalhes.
E eu, que esgotei-me em letras, e em paciência, só tenho uma única coisa a dizer-te:
Este será o último.
Insulta-me no talento e na forma de ser.
Impossivel perder-me para mim, você nunca me teve.
Você nunca foi opção, pois quando pudera tornar-se tal, optou por outros caminhos, e foi melhor, na pior das hipóteses, na pior das opções.
Entenda-me,ou não, eu não me importo.
Eu nunca me importei, e nunca vou me importar.
Vire-se em seus personagens, compare-me com quaisquer que sejam.
Eu sou real.
Quanto mais cruel melhor, e eu sou um poço de crueldade.
Engana-se ao dizer que sou alto piedosa, engana-se redondamente.
A crueldade que uso para com os outros é triplicada quando se trata de mim.
Um dedo apontado, três apontando de volta e essa é uma das regras que regem minha vida.
Continue fantasiando lamber-me de cima abaixo, ou de cabo a rabo, como queiras.
Não gosto de lambidas e chupadas, e odeio meus pés.
Continue imaginando a varanda, o apartamento antigo, a camiseta e o cigarro, a cadeira e o livro.
Tome minhas fantasias pra si, tome o que quiseres.
Tome veneno.
Essa é a minha intenção para ti.
Veneno.
Veneno do teu próprio ego, veneno da tua própria dificuldade para consigo.
Veneno da derrota.
Foste derrotado por uma garorinha cheia de melindres e auto-piedosa, como tu mesmo me descreves, pois que assim seja, engrandece ainda mais tua perda diminuindo-me.
Engrandeça-se nesse poço de desejo e não ter.
Morra na fúria de uma criança mimada, que chora quando não come o pudim antes do brócolis.
Histérico.
Morra.
Ou mate-me, de preferência.
Degole toda e qualquer lembrança de mim, escalpe meus cabelos longos ou curtos, arranque minhas pernas finas, já sem os jeans rasgados, esqueça meu umbigo.
Jamais há de tê-los, nem as vistas, quem dirá aos toques.
Escoste-se na parede alcoolizado e chame qualquer outrém, buscando a mim.
Afogue-me em alcoól e morra engasgado com as lembranças.
Pois vos digo, aqui estão todas as intenções mais brutas e vorazes, mais sinceras e arcaicas.
Agonize, e engasgue, e vomite e desespere-se
Tudo, de novo e de novo.
Mate seus vermes internos com o maior teor etilico que encontrares.
Esqueça minha podridão, perto da tua ela é florida e ensolarada.
Esqueça-me em detalhes.
E eu, que esgotei-me em letras, e em paciência, só tenho uma única coisa a dizer-te:
Este será o último.
setembro 07, 2013
Por isso quando eu te mandar a merda, obedeça.
Acho engraçado a falta de sinceridade das pessoas com elas mesmas.
Cheias de poréns, contudos e entretantos, as pessoas choram miséria daquilo que elas não tem, mas que nem mesmo elas sabem se querem.
É muito equivoco pra pouca decisão.
É muito querer pra pouca constancia.
Eu mesmo admito que não sou a pessoa mais constante do mundo, minhas vontades mudam como o meu humor, sem aviso prévio.
Meus desejos ja tomam logo uma justa causa e nunca mais são empregados de novo.
Eu não sou perfeita, e nem pretendo ser. Graças a Deus esse é um fardo que não quero carregar!
Então não espere de mim reações previsíveis e dóceis.
Eu não sou dócil, eu sou amarga e azeda.
Não espere de mim aquilo que nem mesmo você sabe o que é.
Não espere de mim, que, agindo como os outros babacas quaisquer, você vai ter o que eles tiveram.
Por eles eu tinha amor, por você não.
Por isso, quando eu te mandar a merda, obedeça!
setembro 05, 2013
tempo.
Vide antes, do agora o porém
Ante veja, antes , o agora do depois
Depois de hoje, o antes que virá
Irá.
A ira da ida, a volta do adeus
Ateontem eu era o seu amanhã
Hoje eu sou seu adeus
Adeus de ontem, olá do amanhã
Amanhã, manha.
Artimanha do ontem, mudar o hoje
Hoje será ontem, e ontem anteontem
e ontem eu era seu amanhã
Mas amanhã tornou-se hoje
e eu passado, de um pretérito imperfeito
defeito
Meu ou seu, nunca nosso
Nós, dividido em dois
Embaralhado em nós
Nós em nós
Dois
Um e um
Depois
Em um futuro
Mais que perfeito.
Ante veja, antes , o agora do depois
Depois de hoje, o antes que virá
Irá.
A ira da ida, a volta do adeus
Ateontem eu era o seu amanhã
Hoje eu sou seu adeus
Adeus de ontem, olá do amanhã
Amanhã, manha.
Artimanha do ontem, mudar o hoje
Hoje será ontem, e ontem anteontem
e ontem eu era seu amanhã
Mas amanhã tornou-se hoje
e eu passado, de um pretérito imperfeito
defeito
Meu ou seu, nunca nosso
Nós, dividido em dois
Embaralhado em nós
Nós em nós
Dois
Um e um
Depois
Em um futuro
Mais que perfeito.
agosto 28, 2013
Me cure de mim.
Abro aqui meu peito infertil.
Me cure de mim.
Me impregnei com ideias e ideais tão fortes, que já não consigo ser diferente.
Consegui duplicar e realocar um segundo cérebro pra dentro do peito, e meu coração deve estar por aí, empalhado em algum antiquario.
Virou reliquia.
Virou estigma, cicatriz daquilo que não há.
Me dê um final, daqueles dramáticos dignos de aplausos e choros desatinados por falta de mim.
Eu não choraria, pra que chorar?
Mas me cure de mim.
Sempre fui navegada por aquele orgãozinho pulsante e vermelhinho, que fazia um barulhão aqui dentro.
Hoje tudo é silêncio, e ninguém sabe o que faz falta.
Meu rim diz que falta água, meu estômago reclama da comida, o pulmão dos cigarros...
A verdade é que sobra espaço, sobra vazio.
Então por favor me cure de mim.
Eu não passo disso, um grande espaço vazio, envolto de decepçoes e expectativas, e mistérios e histórias.
E quantas histórias tristes nós temos pra contar?
Eu só tenho uma.
A minha.
Me cure de mim.
Me impregnei com ideias e ideais tão fortes, que já não consigo ser diferente.
Consegui duplicar e realocar um segundo cérebro pra dentro do peito, e meu coração deve estar por aí, empalhado em algum antiquario.
Virou reliquia.
Virou estigma, cicatriz daquilo que não há.
Me dê um final, daqueles dramáticos dignos de aplausos e choros desatinados por falta de mim.
Eu não choraria, pra que chorar?
Mas me cure de mim.
Sempre fui navegada por aquele orgãozinho pulsante e vermelhinho, que fazia um barulhão aqui dentro.
Hoje tudo é silêncio, e ninguém sabe o que faz falta.
Meu rim diz que falta água, meu estômago reclama da comida, o pulmão dos cigarros...
A verdade é que sobra espaço, sobra vazio.
Então por favor me cure de mim.
Eu não passo disso, um grande espaço vazio, envolto de decepçoes e expectativas, e mistérios e histórias.
E quantas histórias tristes nós temos pra contar?
Eu só tenho uma.
A minha.
agosto 24, 2013
Você NÃO tem esse direito
Tenho as pernas tortas e compridas, sempre as tive
Dedos longos, quadris largos e uma sina com cabelo.
Quase não tenho seios, mas isso nunca me incomodou.
Detesto minhas orelhas, e minhas costelas saltadas por conta da bronquite.
Não gosto dos meus pés, mas adoro minhas canelas de sabiá, e meu nariz.
Meus braços extremamente longos me incomodam um pouco, pois acabo desengonçada.
Mas adoro minhas costas, e meus ombros e meu pescoço.
Gosto das marcas do meu corpo, tanto das que foram como das que não foram de propósito.
Cicatrizes recentemente adquiridas por conta de um descuido, ou então as três pintas prediletas que tenho, duas no canto do olho, e uma no canto da boca, todas do lado direito do rosto.
Gosto das minhas tatuagens, todas elas são envoltas de significados, e lembro de cada fisgada enquanto a agulha rasgava minha pele.
A verdade é que me construí com extremo esmero, cada palavra, cada jargão, cada chatice, tão meus que nem sei como...
Então, me perdoa, você não tem esse direito.
Eu tenho direitos autorais sobre mim, e não, eu não sou um personagem seu.
Eu sou uma personagem minha, às vezes vilã, às vezes heroína, mas sempre muito minha, sempre muito eu.
Eu me empresto para seus contos, deixo usar-me de inspiração, mas não tente me tomar pra si.
Eu existo independente de você.
Não que você não tivesse capacidade, mas não foi você quem me criou.
Em contrapartida, eu tenho fé de que se eu não existisse, você me inventaria.
Dedos longos, quadris largos e uma sina com cabelo.
Quase não tenho seios, mas isso nunca me incomodou.
Detesto minhas orelhas, e minhas costelas saltadas por conta da bronquite.
Não gosto dos meus pés, mas adoro minhas canelas de sabiá, e meu nariz.
Meus braços extremamente longos me incomodam um pouco, pois acabo desengonçada.
Mas adoro minhas costas, e meus ombros e meu pescoço.
Gosto das marcas do meu corpo, tanto das que foram como das que não foram de propósito.
Cicatrizes recentemente adquiridas por conta de um descuido, ou então as três pintas prediletas que tenho, duas no canto do olho, e uma no canto da boca, todas do lado direito do rosto.
Gosto das minhas tatuagens, todas elas são envoltas de significados, e lembro de cada fisgada enquanto a agulha rasgava minha pele.
A verdade é que me construí com extremo esmero, cada palavra, cada jargão, cada chatice, tão meus que nem sei como...
Então, me perdoa, você não tem esse direito.
Eu tenho direitos autorais sobre mim, e não, eu não sou um personagem seu.
Eu sou uma personagem minha, às vezes vilã, às vezes heroína, mas sempre muito minha, sempre muito eu.
Eu me empresto para seus contos, deixo usar-me de inspiração, mas não tente me tomar pra si.
Eu existo independente de você.
Não que você não tivesse capacidade, mas não foi você quem me criou.
Em contrapartida, eu tenho fé de que se eu não existisse, você me inventaria.
agosto 21, 2013
Vingança é um prato que se come fervendo
Nunca fui uma pessoa vingativa, de verdade
Sempre achei que a vida proporciona o que cada um merece, de acordo com o que merece, e quando merece...
Mas ahhh, vingança é um prato que se saboreia fervendo.
Não que seja de propósito e eu juro que nunca foi
Mas a vida por si só me proporcionou a oportunidade de dar o troco, na mesma moeda, ou em outra moeda qualquer
Como diz o ditado, a ocasião faz o ladrão, e nesse caso eu sou uma larápia de primeira linha.
Entendam, não que eu sinta vontade de me justificar ou algo do tipo, mas a minha filosofia de vida é extremamente simples, e é a seguinte: Eu faço o que eu quero.
Se eu não estou nessa vida pra suprir meus desejos e vontades e quebrar a cara ou acertar de vez em quando para o meu próprio aprendizado, estou aqui pra quê?
Pra servir os outros?
JAMAIS.
Não nasci pra servir ninguém, e ninguém nasceu pra servir a mim...
Não acredito em pirâmides ou cadeia alimentar.
Acontece que entre as oportunidades de fazer o que eu tenho vontade, minhas vontades coincidiram com um tempero doce de vingança, que só é boa mesmo quando queima lingua... igual brigadeiro de panela.
Não me julguem, não é necessário, eu sou ruim mesmo, nunca disse que era diferente.
Mas ruindade é uma coisa, manipulação é outra.
Minha maldade ainda é em um nível sincero, eu não armo esquemas mirabolantes seguidos de mentiras de pernas curtas e cabeludas.
Não.
Não saí de nenhuma novela onde forjo provas e afins, pra me dar bem...
Minhas vinganças simplesmente acontecem, como se a vida me desse o alvará para tal...
"Toma, é seu" é mais ou menos o que eu ouço toda vez que algo do genêro me ocorre... e de novo aquele gosto de brigadeiro queimando na boca.
Se a vida por si só me da a razão, eu não poderia estar tão errada.
E como é doce o gosto da vingança.
Sempre achei que a vida proporciona o que cada um merece, de acordo com o que merece, e quando merece...
Mas ahhh, vingança é um prato que se saboreia fervendo.
Não que seja de propósito e eu juro que nunca foi
Mas a vida por si só me proporcionou a oportunidade de dar o troco, na mesma moeda, ou em outra moeda qualquer
Como diz o ditado, a ocasião faz o ladrão, e nesse caso eu sou uma larápia de primeira linha.
Entendam, não que eu sinta vontade de me justificar ou algo do tipo, mas a minha filosofia de vida é extremamente simples, e é a seguinte: Eu faço o que eu quero.
Se eu não estou nessa vida pra suprir meus desejos e vontades e quebrar a cara ou acertar de vez em quando para o meu próprio aprendizado, estou aqui pra quê?
Pra servir os outros?
JAMAIS.
Não nasci pra servir ninguém, e ninguém nasceu pra servir a mim...
Não acredito em pirâmides ou cadeia alimentar.
Acontece que entre as oportunidades de fazer o que eu tenho vontade, minhas vontades coincidiram com um tempero doce de vingança, que só é boa mesmo quando queima lingua... igual brigadeiro de panela.
Não me julguem, não é necessário, eu sou ruim mesmo, nunca disse que era diferente.
Mas ruindade é uma coisa, manipulação é outra.
Minha maldade ainda é em um nível sincero, eu não armo esquemas mirabolantes seguidos de mentiras de pernas curtas e cabeludas.
Não.
Não saí de nenhuma novela onde forjo provas e afins, pra me dar bem...
Minhas vinganças simplesmente acontecem, como se a vida me desse o alvará para tal...
"Toma, é seu" é mais ou menos o que eu ouço toda vez que algo do genêro me ocorre... e de novo aquele gosto de brigadeiro queimando na boca.
Se a vida por si só me da a razão, eu não poderia estar tão errada.
E como é doce o gosto da vingança.
agosto 15, 2013
Sina
Eis que esta é minha sina
Nosso gosto musical é diferente
Nossos times de futebol não coincidem
Eu nunca gostei de rosa, aliás eu detesto rosa
Não suporto ter o cabelo passando dos ombros
E por você eu não os cortaria jamais
Você gosta de dançar
Eu gosto de me expressar
Eu não sou delicada, eu vivo descabelada
Eu não ligo pra nada
Eu gosto de cicatrizes
Pra você qualquer marca na pele é absurda
Você é cuidadosa
Eu desvairada
Eu detesto coisas de menininha, eu não gosto de frescurinha
Eu não suporto indecisão, falta de posição
Já você tem paciência, e quase é pacífica
Eu sou guerra, sou tempestade
Você, brisa leve, calmaria
Eis que esta é minha sina
Ser ovelha negra
Da minha família
Nosso gosto musical é diferente
Nossos times de futebol não coincidem
Eu nunca gostei de rosa, aliás eu detesto rosa
Não suporto ter o cabelo passando dos ombros
E por você eu não os cortaria jamais
Você gosta de dançar
Eu gosto de me expressar
Eu não sou delicada, eu vivo descabelada
Eu não ligo pra nada
Eu gosto de cicatrizes
Pra você qualquer marca na pele é absurda
Você é cuidadosa
Eu desvairada
Eu detesto coisas de menininha, eu não gosto de frescurinha
Eu não suporto indecisão, falta de posição
Já você tem paciência, e quase é pacífica
Eu sou guerra, sou tempestade
Você, brisa leve, calmaria
Eis que esta é minha sina
Ser ovelha negra
Da minha família
agosto 12, 2013
Aprendi a ser completa
Cheguei em um ponto na vida em que nada mais me assusta
Nem ao menos a morte me intimida.
Não tenho mais medo
Não tenho nenhum medo
Nem de perdas ou ganhos
Também não me impressiono mais tão fácil
Passei a lidar com as coisas exatamente da forma com que elas são
Passageiras, volateis, solúveis
E digo solúveis porque toda e qualquer situação é facilmente diluida em um abraço confortável
Aprendi a diluir, ao invés de destilar, veneno e rancor
Sentir dor, sem sofrer
Chamem de conformismo, de inércia
Eu chamo de plenituide
Eu sou quem eu sou, sou quem me tornei
E hoje, depois de trancos e barrancos, e apunhaladas e decepções
Eu me basto.
Eu sei, é algo lindo, porém egocêntrico e egoísta, mas é a verdade
Eu me basto pra mim, eu me sou suficiente
E não tenho vergonha, de mim, ou da minha história, ou do que fiz. ou deixei de fazer
Pelo simples fato de ser meu
Em contrapartida, aprendi a ser intolerante
Inconsequente, pedante...
É tanta segurança que me tornei uma pessoa rude, grosseira
Mas por favor, não me intrerpretem mal, ou me interpretem, como quiserem
Eu só não ligo mais...
Diluí tanto, que todas as emoções tornaram-se água...
insipidas, inodoras, e sem cor...
Nem ao menos a morte me intimida.
Não tenho mais medo
Não tenho nenhum medo
Nem de perdas ou ganhos
Também não me impressiono mais tão fácil
Passei a lidar com as coisas exatamente da forma com que elas são
Passageiras, volateis, solúveis
E digo solúveis porque toda e qualquer situação é facilmente diluida em um abraço confortável
Aprendi a diluir, ao invés de destilar, veneno e rancor
Sentir dor, sem sofrer
Chamem de conformismo, de inércia
Eu chamo de plenituide
Eu sou quem eu sou, sou quem me tornei
E hoje, depois de trancos e barrancos, e apunhaladas e decepções
Eu me basto.
Eu sei, é algo lindo, porém egocêntrico e egoísta, mas é a verdade
Eu me basto pra mim, eu me sou suficiente
E não tenho vergonha, de mim, ou da minha história, ou do que fiz. ou deixei de fazer
Pelo simples fato de ser meu
Em contrapartida, aprendi a ser intolerante
Inconsequente, pedante...
É tanta segurança que me tornei uma pessoa rude, grosseira
Mas por favor, não me intrerpretem mal, ou me interpretem, como quiserem
Eu só não ligo mais...
Diluí tanto, que todas as emoções tornaram-se água...
insipidas, inodoras, e sem cor...
agosto 07, 2013
A inventora de histórias
Sempre fui assim
Uma inventora de historias
Começo e termino histórias como quem começa e termina um copo d'água quando tem sede.
E como tenho sede de historias!
Que bela dança em ciranda fazem as letras em minha cabeça, em uma rima de ciranda sem fim nem começo, em bolas de sabão coloridas, um arco-íris tão meu.
Se faz roda, como um vicio, assim é escrever, um ciclo de heróis e fadas, centauros e medusas.
Acaba que a mocinha é o vilão, o vilão é só alguém que se machucou no caminho, e no fundo era bonzinho.
Vai entender, as historias somente nascem de mim, nada mais sou do que uma parideira de contos.
E dizem que "Quem conta um conto aumenta um ponto", mas eu prefiro virgulas e reticências...
E de novo a história gira, o mundo gira, minha cabeça gira em idéias e aí vem mais uma história, e se na metade não tomar o rumo que eu quero eu começo de novo, e recomeço, e tudo de novo quantas vezes eu quiser.
Afinal, eu faço a história que eu quiser, e invento do meio o começo e de um começo o fim quantas vezes forem necessárias.
Afinal, sou uma inventora de historias, como não poderia ser responsável pela minha?
julho 30, 2013
Muralha da China
Tijolo por tijolo, bloco por bloco
Algumas espátulas de cimento ou qualquer outra coisa
Tijolo por tijolo, meia dúzia de palavras bonitas
e lágrimas aos rios
Bloco por bloco, algumas espátulas de desamor ou qualquer outra coisa
E pedaços espalhados
Tijolo, bloco, cimento e janela...
Janela?
Não, sem janela.
Tijolo, bloco,cimento, palavras bonitas, lágrimas aos rios, espátulas de desamor, ou qualquer outra coisa, e sem janelas.
Sem janelas.
Sem portas sem buracos, sem passagens, sem pontes elevadiças.
Sem pontes elevadiças.
Tijolo por tijolo, bloco por bloco
Algumas espátulas de cimento ou qualquer coisa
Mais tijolos, mais blocos
Mais cimento ou qualquer outra coisa
Qualquer outra coisa
Muralha
Sorriso por sorriso, abraço por abraço
Alguns beijos apaixonados ou com qualquer outra coisa
Bloco por bloco
ao chão
Tijolo por tijolo
ao chão
De nada me vale o cimento
Meia dúzia de palavras bonitas,
E lágrimas aos rios.
Desamor.
E pedaços espalhados.
Tijolo, por tijolo...
Algumas espátulas de cimento ou qualquer outra coisa
Tijolo por tijolo, meia dúzia de palavras bonitas
e lágrimas aos rios
Bloco por bloco, algumas espátulas de desamor ou qualquer outra coisa
E pedaços espalhados
Tijolo, bloco, cimento e janela...
Janela?
Não, sem janela.
Tijolo, bloco,cimento, palavras bonitas, lágrimas aos rios, espátulas de desamor, ou qualquer outra coisa, e sem janelas.
Sem janelas.
Sem portas sem buracos, sem passagens, sem pontes elevadiças.
Sem pontes elevadiças.
Tijolo por tijolo, bloco por bloco
Algumas espátulas de cimento ou qualquer coisa
Mais tijolos, mais blocos
Mais cimento ou qualquer outra coisa
Qualquer outra coisa
Muralha
Sorriso por sorriso, abraço por abraço
Alguns beijos apaixonados ou com qualquer outra coisa
Bloco por bloco
ao chão
Tijolo por tijolo
ao chão
De nada me vale o cimento
Meia dúzia de palavras bonitas,
E lágrimas aos rios.
Desamor.
E pedaços espalhados.
Tijolo, por tijolo...
julho 27, 2013
Grilo da sorte
Estou impregnada.
Sentada na minha cadeira como de costume, tentando me curar da ressaca de dois dias atrás,completamente impregnada.
Curtida em alcool. com frio, e meu Deus, como faz frio quando a gente não tem nada que aqueça a alma.
E quando a mesma é fria, o corpo padece em tremores e soluços, mas não sente.
Ainda assim, estou impregnada. Estampada em cada letra e verso, em cada raiva incontralada de não ter, e querer demais.
Estou eu ali, e aqui, estou eu escrevendo por você ou por mim?
Estou completamente impregnada.
Cada letra que escrevo sinto como se fossem seus dedos tamborilando no teclado,enquanto eu fumo um cigarro esperando você terminar de se deleitar na memória de mim.
Eu gosto disso, gosto de ser motivo, falta de razão, gosto de no mundo, ser o mundo de alguém.
Não foi de proposito, nunca é de propósito, eu só sou assim, e me desculpe por isso.
Ainda que minhas desculpas te irritem mais, elas são necessárias, pois é a única coisa que posso fazer é isso, e eu preciso fazer alguma coisa.
Sou como um grilo da sorte, te trago toda a inspiração, e você me inspira também, como não?
Mas como você mesmo diz, sou um ser mitológico, greco-romano, de encantamentos e sereias, e bailarinas e marinheiros, Repito, mitológico.Um mito, mas sem lógica nenhuma.
Mágica não tem lógica, paixão também não.
Acontece que, o que nesse mundo é melhor inspiração pra um escritor do que o próprio enredo?
E é tão bom ler-se no enredo alheio, ver-se em história, em prosa nas mãos de outrém.
Por isso digo, eu sou a lâmpada da sua idéia, seu grilo da sorte, que aparece e vai embora.
E não faz sentido nenhum ter-me, porém.
Sentada na minha cadeira como de costume, tentando me curar da ressaca de dois dias atrás,completamente impregnada.
Curtida em alcool. com frio, e meu Deus, como faz frio quando a gente não tem nada que aqueça a alma.
E quando a mesma é fria, o corpo padece em tremores e soluços, mas não sente.
Ainda assim, estou impregnada. Estampada em cada letra e verso, em cada raiva incontralada de não ter, e querer demais.
Estou eu ali, e aqui, estou eu escrevendo por você ou por mim?
Estou completamente impregnada.
Cada letra que escrevo sinto como se fossem seus dedos tamborilando no teclado,enquanto eu fumo um cigarro esperando você terminar de se deleitar na memória de mim.
Eu gosto disso, gosto de ser motivo, falta de razão, gosto de no mundo, ser o mundo de alguém.
Não foi de proposito, nunca é de propósito, eu só sou assim, e me desculpe por isso.
Ainda que minhas desculpas te irritem mais, elas são necessárias, pois é a única coisa que posso fazer é isso, e eu preciso fazer alguma coisa.
Sou como um grilo da sorte, te trago toda a inspiração, e você me inspira também, como não?
Mas como você mesmo diz, sou um ser mitológico, greco-romano, de encantamentos e sereias, e bailarinas e marinheiros, Repito, mitológico.Um mito, mas sem lógica nenhuma.
Mágica não tem lógica, paixão também não.
Acontece que, o que nesse mundo é melhor inspiração pra um escritor do que o próprio enredo?
E é tão bom ler-se no enredo alheio, ver-se em história, em prosa nas mãos de outrém.
Por isso digo, eu sou a lâmpada da sua idéia, seu grilo da sorte, que aparece e vai embora.
E não faz sentido nenhum ter-me, porém.
julho 22, 2013
Nunca fui sua.
Fui barro e chão.
Fui planta e mineral.
Fui tudo e nada.
Fui lava.
Fui fogo e ferro.
Fui santa e incrédula.
Fui o demônio com fé.
Fui o primeiro raio de sol.
Fui o primeiro pingo de chuva.
O primeiro beijo, o primeiro passo, a primeira dança.
Fui o ultimo suspiro.
O ultimo trago, o ultimo amor, o ultimo olhar.
Fui primeiro e ultimo.
Fui o do meio
O da ponta, o terceiro.
Fui o banheiro.
O quarto, o quinto dos infernos, da sala vazia.
Fui minha mãe, fui minha filha.
Fui incômodo, fui cômodo
Fui sala e cozinha.
Fui bule, fui chá e café
Fui biscoito, bolo e bolacha
Fui anjo, fui ternura, fui perdição.
Fui perdida e encontrada, fui achada e perdida.
Fui eu, fui você, fui mundo e fundo
Fui fosso, fui fossa, fui poça de alegria
Fui fonte e nascente
Fui poente
Fui cheiro e sabor
Fui toda amor, fui plena dor
Mas nunca fui sua.
Fui planta e mineral.
Fui tudo e nada.
Fui lava.
Fui fogo e ferro.
Fui santa e incrédula.
Fui o demônio com fé.
Fui o primeiro raio de sol.
Fui o primeiro pingo de chuva.
O primeiro beijo, o primeiro passo, a primeira dança.
Fui o ultimo suspiro.
O ultimo trago, o ultimo amor, o ultimo olhar.
Fui primeiro e ultimo.
Fui o do meio
O da ponta, o terceiro.
Fui o banheiro.
O quarto, o quinto dos infernos, da sala vazia.
Fui minha mãe, fui minha filha.
Fui incômodo, fui cômodo
Fui sala e cozinha.
Fui bule, fui chá e café
Fui biscoito, bolo e bolacha
Fui anjo, fui ternura, fui perdição.
Fui perdida e encontrada, fui achada e perdida.
Fui eu, fui você, fui mundo e fundo
Fui fosso, fui fossa, fui poça de alegria
Fui fonte e nascente
Fui poente
Fui cheiro e sabor
Fui toda amor, fui plena dor
Mas nunca fui sua.
julho 20, 2013
Loucura em doses homeopáticas
Sou maluca.
Simples assim.
Não tem mistério nenhum, nem definição, nem merda nenhuma que possam usar para me rotular diferente.
Maluca, tan-tan, lelé da cuca, muy loco del coco, como quiserem.
Conhecem gente louca? Que baba, e balança as mãos loucamente e vocaliza qualquer vogal misturada com um M no meio?
Pois bem, estou quase lá. Eu disse quase.
Tenho doses homeopáticas de loucura distribuídas em surtos psicoticos/neuroticos/autodestrutivos.
É quase como um porre de loucura, eu tomo todas da minha maluquês, fico muito louca, e no dia seguinte tenho a ressaca. E que ressaca.
É porque loucura boa mesmo, daquelas fortes, são aquelas com flashes de sanidade.
De nada me vale ser maluca e não saber, não é mesmo?
Tenho que sentir a culpa dos meus atos, e ficar me perguntando o porque de ser assim e aquela coisa toda.
Aquele dramalhão de sempre, que é a linha que minha vida segue.
Porque além de louca eu sou dramática.
E como eu sou dramática! Essa tal de Gloria Perez ia chorar de emoção com a obra prima da minha vida.
Não que eu seja dramática por opção, a vida quis assim, e quem sou eu pra desrespeitar a vontade de uma força maior?
Eu sou só eu, assim, pele e osso, e um pouquinho de carne e alma, aqui e ali.
Tudo tão misturado que não sei dizer o que é pecado e o que é santo.
Pobre da minha alma que atura meu corpo, pobre do meu corpo que aguenta o peso da minha alma.
E assim a vida segue, dizem que todo maluco tem algo de genial, espero que eu descubra minha genialidade antes de babar e balançar os braços, pra poder justificar a minha enorme loucura esporádica.
E a minha loucura mais maluca, minha vontade mais louca era de ter alguém tão louco quanto eu, e o melhor, louco por mim.
Teimosia minha.
Todo louco é meio teimoso, todo teimoso é meio dramático, e eu sou de todos eles, mais do que deveria.
Simples assim.
Não tem mistério nenhum, nem definição, nem merda nenhuma que possam usar para me rotular diferente.
Maluca, tan-tan, lelé da cuca, muy loco del coco, como quiserem.
Conhecem gente louca? Que baba, e balança as mãos loucamente e vocaliza qualquer vogal misturada com um M no meio?
Pois bem, estou quase lá. Eu disse quase.
Tenho doses homeopáticas de loucura distribuídas em surtos psicoticos/neuroticos/autodestrutivos.
É quase como um porre de loucura, eu tomo todas da minha maluquês, fico muito louca, e no dia seguinte tenho a ressaca. E que ressaca.
É porque loucura boa mesmo, daquelas fortes, são aquelas com flashes de sanidade.
De nada me vale ser maluca e não saber, não é mesmo?
Tenho que sentir a culpa dos meus atos, e ficar me perguntando o porque de ser assim e aquela coisa toda.
Aquele dramalhão de sempre, que é a linha que minha vida segue.
Porque além de louca eu sou dramática.
E como eu sou dramática! Essa tal de Gloria Perez ia chorar de emoção com a obra prima da minha vida.
Não que eu seja dramática por opção, a vida quis assim, e quem sou eu pra desrespeitar a vontade de uma força maior?
Eu sou só eu, assim, pele e osso, e um pouquinho de carne e alma, aqui e ali.
Tudo tão misturado que não sei dizer o que é pecado e o que é santo.
Pobre da minha alma que atura meu corpo, pobre do meu corpo que aguenta o peso da minha alma.
E assim a vida segue, dizem que todo maluco tem algo de genial, espero que eu descubra minha genialidade antes de babar e balançar os braços, pra poder justificar a minha enorme loucura esporádica.
E a minha loucura mais maluca, minha vontade mais louca era de ter alguém tão louco quanto eu, e o melhor, louco por mim.
Teimosia minha.
Todo louco é meio teimoso, todo teimoso é meio dramático, e eu sou de todos eles, mais do que deveria.
julho 19, 2013
Centauro
As doses de whisky desciam doces e quentes pela minha garganta.
Era meu predileto, Jameson.
Completamente fora do comum encontra-lo em qualquer lugar que não fosse em uma garrafa em casa.
Clube do whisky, pensei.
Estava eu em um Pub, meio rock n' roll, mas sem rock n' roll nenhum.
As musicas eram melosas, e o whisky descia quente pela minha garganta, havia uma cabine telefônica inglesa, e um telão com futebol, uma escadaria que crescia a cada dose que eu tomava.
Whisky quente e aquele calor foi aquecendo minha garganta, meu toráx e todos os órgão envolvidos nessa região.
Eu tinha dado um basta naquela história. Aquele meu " homem da máscara de ferro" ja tinha tomado de mim todas as doses que eu tinha a oferecer, minha garrafa estava vazia,meu estômago e meu copo também.
Mais uma dose, cada uma vinham duas, cada duas vinham quatro, musica melosa, e uma mensagem.
A mensagem não foi minha, mas foi pra mim.
Teria o cavaleiro caído do cavalo? Não sei, vamos averiguar.
Copo cheio, estômago vazio, e mais mensagens.
Coração se aquecendo, meu Deus seria o whisky ou o que?
Meia dose, uma dose, uma garrafa inteira de mim se enchendo como um refil magico de esperança.
Eu ja não estava em mim, será que ele teria caído em si?
Disse... desmanchei-me em palavras doces, sussurros em letras, carinhos em curvas, o que eu teria a perder?
Absolutamente nada, eu ja tinha feito tudo, uma decisão minha feita por mim, e para mim.
Mas era tão dificil resistir aquele carinho disfarçado de eu não me importo, aquela saudade disfarçada de não preciso de ninguém.
Ou será que eu quis acreditar que fosse assim, sentir sem sentimento, era tudo que me podia ser oferecido?
Mais doses, menos garrafa, e eu já transbordava em amor, um amor que nem mesmo eu sabia que sentia, e que com certeza me traria dores de cabeça no dia seguinte.
Fecha o Pub, adeus whisky, ola coração.
Me perco nas batidas latinas da musica no carro, na tontura, de tantas idéias mirabolantes que me passam pela cabeça, que de oca nunca teve nada.
Cheguei a me animar com a idéia de talvez sentir algo outra vez... já faz tanto tempo.
Tantos galanteios e flores morrendo em vasos, em vão. Nada daquilo me fazia sentir.
Será que o cavaleiro havia caído do cavalo?
Pois então que vem o dia seguinte, e o sono, e a preocupação, e a dor de cabeça e no fígado que, convenhamos, ja não anda dos melhores.
O alcool que eu ingiro me cura as dores da alma mas adoece todo o resto da carne. Paciência.
A carne é finita e a alma eterna, se algo tem que chegar em bom estado em algum lugar é o espirito, pois que assim seja. Continuemos...
Dia seguinte, e todas as dores devidamente descritas, eis que surge uma questão, depois de tudo que foi dito, por quê?
E como nunca fui mulher de dúvidas, muito pelo contrário, tenho certeza até quando não sei, resolvi questionar meu reluzente cavaleiro, mas era tarde demais.
Sua armadura ja estava posta, sua espada empunhada para cortar meu coração, que ainda estava aquecido, ao meio.
Será que ele caiu do cavalo?
Evidente que não, suas patas estão grudadas à sua cintura como um centauro.
A única diferença é que dessa vez, após o corte, meu coração ao meio, não sangrou.
Era meu predileto, Jameson.
Completamente fora do comum encontra-lo em qualquer lugar que não fosse em uma garrafa em casa.
Clube do whisky, pensei.
Estava eu em um Pub, meio rock n' roll, mas sem rock n' roll nenhum.
As musicas eram melosas, e o whisky descia quente pela minha garganta, havia uma cabine telefônica inglesa, e um telão com futebol, uma escadaria que crescia a cada dose que eu tomava.
Whisky quente e aquele calor foi aquecendo minha garganta, meu toráx e todos os órgão envolvidos nessa região.
Eu tinha dado um basta naquela história. Aquele meu " homem da máscara de ferro" ja tinha tomado de mim todas as doses que eu tinha a oferecer, minha garrafa estava vazia,meu estômago e meu copo também.
Mais uma dose, cada uma vinham duas, cada duas vinham quatro, musica melosa, e uma mensagem.
A mensagem não foi minha, mas foi pra mim.
Teria o cavaleiro caído do cavalo? Não sei, vamos averiguar.
Copo cheio, estômago vazio, e mais mensagens.
Coração se aquecendo, meu Deus seria o whisky ou o que?
Meia dose, uma dose, uma garrafa inteira de mim se enchendo como um refil magico de esperança.
Eu ja não estava em mim, será que ele teria caído em si?
Disse... desmanchei-me em palavras doces, sussurros em letras, carinhos em curvas, o que eu teria a perder?
Absolutamente nada, eu ja tinha feito tudo, uma decisão minha feita por mim, e para mim.
Mas era tão dificil resistir aquele carinho disfarçado de eu não me importo, aquela saudade disfarçada de não preciso de ninguém.
Ou será que eu quis acreditar que fosse assim, sentir sem sentimento, era tudo que me podia ser oferecido?
Mais doses, menos garrafa, e eu já transbordava em amor, um amor que nem mesmo eu sabia que sentia, e que com certeza me traria dores de cabeça no dia seguinte.
Fecha o Pub, adeus whisky, ola coração.
Me perco nas batidas latinas da musica no carro, na tontura, de tantas idéias mirabolantes que me passam pela cabeça, que de oca nunca teve nada.
Cheguei a me animar com a idéia de talvez sentir algo outra vez... já faz tanto tempo.
Tantos galanteios e flores morrendo em vasos, em vão. Nada daquilo me fazia sentir.
Será que o cavaleiro havia caído do cavalo?
Pois então que vem o dia seguinte, e o sono, e a preocupação, e a dor de cabeça e no fígado que, convenhamos, ja não anda dos melhores.
O alcool que eu ingiro me cura as dores da alma mas adoece todo o resto da carne. Paciência.
A carne é finita e a alma eterna, se algo tem que chegar em bom estado em algum lugar é o espirito, pois que assim seja. Continuemos...
Dia seguinte, e todas as dores devidamente descritas, eis que surge uma questão, depois de tudo que foi dito, por quê?
E como nunca fui mulher de dúvidas, muito pelo contrário, tenho certeza até quando não sei, resolvi questionar meu reluzente cavaleiro, mas era tarde demais.
Sua armadura ja estava posta, sua espada empunhada para cortar meu coração, que ainda estava aquecido, ao meio.
Será que ele caiu do cavalo?
Evidente que não, suas patas estão grudadas à sua cintura como um centauro.
A única diferença é que dessa vez, após o corte, meu coração ao meio, não sangrou.
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