julho 27, 2013

Grilo da sorte

Estou impregnada.
Sentada na minha cadeira como de costume, tentando me curar da ressaca de dois dias atrás,completamente impregnada.
Curtida em alcool. com frio, e meu Deus, como faz frio quando a gente não tem nada que aqueça a alma.
E quando a mesma é fria, o corpo padece em tremores e soluços, mas não sente.
Ainda assim, estou impregnada. Estampada em cada letra e verso, em cada raiva incontralada de não ter, e querer demais.
Estou eu ali, e aqui, estou eu escrevendo por você ou por mim?
Estou completamente impregnada.
Cada letra que escrevo sinto como se fossem seus dedos tamborilando no teclado,enquanto eu fumo um cigarro esperando você terminar de se deleitar na memória de mim.
Eu gosto disso, gosto de ser motivo, falta de razão, gosto de no mundo, ser o mundo de alguém.
Não foi de proposito, nunca é de propósito, eu só sou assim, e me desculpe por isso.
Ainda que minhas desculpas te irritem mais, elas são necessárias, pois é a única coisa que posso fazer é isso, e eu preciso fazer alguma coisa.
Sou como um grilo da sorte, te trago toda a inspiração, e você me inspira também, como não?
Mas como você mesmo diz, sou um ser mitológico, greco-romano, de encantamentos e sereias, e bailarinas e marinheiros, Repito, mitológico.Um mito, mas sem lógica nenhuma.
Mágica não tem lógica, paixão também não.
Acontece que, o que nesse mundo é melhor inspiração pra um escritor do que o próprio enredo?
E é tão bom ler-se no enredo alheio, ver-se em história, em prosa nas mãos de outrém.
Por isso digo, eu sou a lâmpada da sua idéia, seu grilo da sorte, que aparece e vai embora.
E não faz sentido nenhum ter-me, porém.


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