setembro 21, 2013

MINHAS MORTES IMAGINÁRIAS - Série

As emoções me tomavam por completo, e o pobre Carlos tentando me defender... Pobre Carlos.
Você realmente está louco meu querido.
E então a facada final
"Mate-a"
E então todo o fervor de ódio transformou-se em um mar de lagrimas.
Matar-me? Você esta considerando essa idéia? É isso que estou vendo?
Voce esta aceitando conselhos de um advogado de quinta, bêbado e canalha?
Eu não acredito nisso.
Minha amarguês veio a tona como um refrigerante que espuma em ira depois de balançado no caminho pra casa.
E da mesma forma borbulhei todo o caminho de volta, apenas vendo os pensamentos sórdidos e baixos.
Ele realmente vai me matar.

Chegamos em casa, e ele começou a beber pra me ver.
Pois bem, beba. Seque todas as garrafas.
Cada gole que ele dava, eu ficava mais tonta.
A bebida acabou, pensei na erva na gaveta...
E batata, ele lembrou e foi buscar...
Enrolou sua cigarrilha e fumou, eu odiava quando ele fumava, me deixava ainda mais tonta, e sem muito poder sobre mim.
Me controlei o quanto pude pois sabia da sua sonolência, com sorte ele dormiria e esqueceria esse absurdo de matar-me.

Foi esse pensamento me ocorrer, e ele levantou em um pulo, e correu para adquirir uma garrafa de vodka.
Analisei a idéia de aparecer ali mesmo e impedir essa loucura, mas sabia que minha vida estava em risco, preferi manter-me ausente enquanto ele quase colocava pra fora um copo de chopp e tudo mais que havia em seu estômago pela sala.
Não agüentei, apareci.
Não tive muitas opções, estava alcoolizada de tanto que ele bebeu, e desse jeito acabaríamos mortos, os dois.
Inventei uma desculpa qualquer que estava bebendo com amigos...
Tentei parecer despreocupada, despreocupada demais.
Eu sabia quais eram as intenções, vi aquela almofada vindo em direção ao meu rosto, rosto que ele imaginou com tanto esmero, e desesperei-me...
Me debatia e tentava gritar, mas me faltava força, e a almofada abafava meus gritos.
Então me lembrei que não precisava de ar...


Quer saber o outro lado da história? O ASSASSINATO DE BÁRBARA


setembro 10, 2013

De todos, o último

Insulta-me o quanto queres, pouco me importa
Insulta-me no talento e na forma de ser.
Impossivel perder-me para mim, você nunca me teve.
Você nunca foi opção, pois quando pudera tornar-se tal, optou por outros caminhos, e foi melhor, na pior das hipóteses, na pior das opções.
Entenda-me,ou não, eu não me importo.
Eu nunca me importei, e nunca vou me importar.
Vire-se em seus personagens, compare-me com quaisquer que sejam.
Eu sou real.
Quanto mais cruel melhor, e eu sou um poço de crueldade.
Engana-se ao dizer que sou alto piedosa, engana-se redondamente.
A crueldade que uso para com os outros é triplicada quando se trata de mim.
Um dedo apontado, três apontando de volta e essa é uma das regras que regem minha vida.
Continue fantasiando lamber-me de cima abaixo, ou de cabo a rabo, como queiras.
Não gosto de lambidas e chupadas, e odeio meus pés.
Continue imaginando a varanda, o apartamento antigo, a camiseta e o cigarro, a cadeira e o livro.
Tome minhas fantasias pra si, tome o que quiseres.
Tome veneno.
Essa é a minha intenção para ti.
Veneno.
Veneno do teu próprio ego, veneno da tua própria dificuldade para consigo.
Veneno da derrota.
Foste derrotado por uma garorinha cheia de melindres e auto-piedosa, como tu mesmo me descreves, pois que assim seja, engrandece ainda mais tua perda diminuindo-me.
Engrandeça-se nesse poço de desejo e não ter.
Morra na fúria de uma criança mimada, que chora quando não come o pudim antes do brócolis.
Histérico.
Morra.
Ou mate-me, de preferência.
Degole toda e qualquer lembrança de mim, escalpe meus cabelos longos ou curtos, arranque minhas pernas finas, já sem os jeans rasgados, esqueça meu umbigo.
Jamais há de tê-los, nem as vistas, quem dirá aos toques.
Escoste-se na parede alcoolizado e chame qualquer outrém, buscando a mim.
Afogue-me em alcoól e morra engasgado com as lembranças.
Pois vos digo, aqui estão todas as intenções mais brutas e vorazes, mais sinceras e arcaicas.
Agonize, e engasgue, e vomite e desespere-se
Tudo, de novo e de novo.
Mate seus vermes internos com o maior teor etilico que encontrares.
Esqueça minha podridão, perto da tua ela é florida e ensolarada.
Esqueça-me em detalhes.
E eu, que esgotei-me em letras, e em paciência, só tenho uma única coisa a dizer-te:
Este será o último.



setembro 07, 2013

Por isso quando eu te mandar a merda, obedeça.

Acho engraçado a falta de sinceridade das pessoas com elas mesmas.
Cheias de poréns, contudos e entretantos, as pessoas choram miséria daquilo que elas não tem, mas que nem mesmo elas sabem se querem.
É muito equivoco pra pouca decisão.
É muito querer pra pouca constancia.
Eu mesmo admito que não sou a pessoa mais constante do mundo, minhas vontades mudam como o meu humor, sem aviso prévio.
Meus desejos ja tomam logo uma justa causa e nunca mais são empregados de novo.
Eu não sou perfeita, e nem pretendo ser. Graças a Deus esse é um fardo que não quero carregar!
Então não espere de mim reações previsíveis e dóceis.
Eu não sou dócil, eu sou amarga e azeda.
Não espere de mim aquilo que nem mesmo você sabe o que é.
Não espere de mim, que, agindo como os outros babacas quaisquer, você vai ter o que eles tiveram.
Por eles eu tinha amor, por você não.
Por isso, quando eu te mandar a merda, obedeça!

setembro 05, 2013

tempo.

Vide antes, do agora o porém
Ante veja, antes , o agora do depois
Depois de hoje, o antes que virá
Irá.
A ira da ida, a volta do adeus
Ateontem eu era o seu amanhã
Hoje eu sou seu adeus
Adeus de ontem, olá do amanhã
Amanhã, manha.
Artimanha do ontem, mudar o hoje
Hoje será ontem, e ontem anteontem
e ontem eu era seu amanhã
Mas amanhã tornou-se hoje
e eu passado, de um pretérito imperfeito
defeito
Meu ou seu, nunca nosso
Nós, dividido em dois
Embaralhado em nós
Nós em nós
Dois
Um e um
Depois
Em um futuro
Mais que perfeito.