Abro aqui meu peito infertil.
Me cure de mim.
Me impregnei com ideias e ideais tão fortes, que já não consigo ser diferente.
Consegui duplicar e realocar um segundo cérebro pra dentro do peito, e meu coração deve estar por aí, empalhado em algum antiquario.
Virou reliquia.
Virou estigma, cicatriz daquilo que não há.
Me dê um final, daqueles dramáticos dignos de aplausos e choros desatinados por falta de mim.
Eu não choraria, pra que chorar?
Mas me cure de mim.
Sempre fui navegada por aquele orgãozinho pulsante e vermelhinho, que fazia um barulhão aqui dentro.
Hoje tudo é silêncio, e ninguém sabe o que faz falta.
Meu rim diz que falta água, meu estômago reclama da comida, o pulmão dos cigarros...
A verdade é que sobra espaço, sobra vazio.
Então por favor me cure de mim.
Eu não passo disso, um grande espaço vazio, envolto de decepçoes e expectativas, e mistérios e histórias.
E quantas histórias tristes nós temos pra contar?
Eu só tenho uma.
A minha.
Puta merda, viu Bárbara!
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